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O lado positivo das emoções negativas

11 abr 2019 - 09h00
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Aprendemos, desde muito pequenos, que o melhor caminho é a felicidade, que devemos ser alegres, simpáticos, comunicativos, atuantes e felizes! Como se a felicidade fosse algo que podemos comprar em uma lojinha de conveniência, por kilogramas. É uma espécie de fascismo o que fazemos com a gente para, ao menos, demonstrarmos alguma felicidade. 

O lado positivo das emoções negativas
O lado positivo das emoções negativas
Foto: iStock

Precisamos sorrir a maior parte do tempo, sermos competentes e bem sucedidos na carreira, na saúde e no amor, como parceiros, filhos e/ou pais; precisamos de um corpo perfeito, um bom salário, praticar meditação, yoga, academia, ufa! Ah, e tem a espiritualidade também! Devemos ter um caminho espiritual! Devemos! Fingir felicidade, muitas vezes é a única saída que encontramos, pelo menos para não sermos tão cobrados. E com tanta exigência, com tanta responsabilidade, a única coisa que conseguimos é um processo de autodestruição. 

A partir dessas exigências, a única coisa que conseguimos é gerar uma expectativa inatingível e um distanciamento natural das emoções negativas. Deixar que emoções negativas nos invadam, faz parte do processo de estarmos vivos. Ficarmos tristes, abatidos, desanimados, ou seja, humanizados, pode ser uma forma bastante produtiva de promovermos mudanças e transformarmos nossas vidas em algo mais significativo. Não conseguimos mudar o que não conhecemos e não conseguimos conhecer aquilo que escondemos, até de nós mesmos. Esses sentimentos, considerados negativos podem ser uma espécie de mensageiros que chegam para nos ensinar o caminho dessa mesma transformação, nos ensinarmos coisas a respeito de nós mesmos.

Quando aceitamos essas emoções negativas, ao invés de reprimi-las ou tentar, a todo custo, corrigi-las, começamos, como que num passe de mágica, a melhorar, pois aprendemos a definir alguns limites ao que nós e a sociedade considera um "comportamento aceitável".

Trazemos uma certa aversão a alguns sentimentos, considerando-os impróprios, especialmente os que envolvem os sete pecados capitais, como a raiva e a inveja, por exemplo. No entanto, esses dois sentimentos são altamente positivos quando enfrentados. A raiva, quando bem colocada, nos movimenta, nos conduz à ação. A inveja positiva nos motiva, nos conduz ao autoaperfeiçoamento. 

Muitas emoções consideradas negativas são úteis por razões diferentes. A culpa, por exemplo, nos mobiliza a confraternização, à cooperação; a tristeza nos mostra que algo está errado em nossas vidas e sinalizam aos outros que precisamos de ajuda.

Estarmos abertos para que essas emoções, consideradas negativas se expressem, pode ser transformador. Pode colaborar e nos ajudar a nos desenredarmos de processos emocionais que nos impedem o equilíbrio e nos conduzir a um modo de vida mais saudável e autenticamente feliz.

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Fonte: Eunice Ferrari
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