10 mulheres que mudaram suas histórias em 2023
Essas famosas abriram debates sobre questões importantes e inspiraram outras mulheres
Não foi fácil estabelecer a lista de 10 famosas que mudaram suas histórias em 2023. As celebridades aqui elencadas representam diferentes lutas, questões e necessidades das mulheres - e serviram de inspiração e motivação para milhares de outras também provocarem transformações em suas vidas. Confira!
Xuxa
Embora ainda seja a eterna Rainha dos Baixinhos no coração e na memória dos fãs, Xuxa provou em 2023 que é uma mulher que vive o presente. A apresentadora, que completou 60 anos em março, passou sua trajetória a limpo em um documentário da Globoplay e abriu o jogo sobe machismo, objetificação, abuso e arrependimentos do passado.
Em entrevistas e podcasts, Xuxa ainda falou abertamente sobre menopausa, envelhecimento e sexo na maturidade, contribuindo para desmistificar a aura de tabu que ainda rodeia esses temas.
Ana Hickmann
Famosas expondo agressões domésticas, relacionamentos abusivos e violência patrimonial deram o tom à reta final de 2023. O caso de Ana Hickmann foi o mais emblemático, suscitou vários debates e trouxe à tona a triste realizade de que nenhuma mulher está livre de sofrer nas mãos de um homem.
Corajosa e digna, a apresentadora vem se mostrando disposta a reconstruir a vida, independentemente de consequências como perdas financeiras. Ao se ancorar no amor do filho, a quem tenta de todas as formas proteger, Ana estimula outras mulheres a se empoderarem, assumirem o protagonismo de suas vidas e a colocarem um ponto final em relações tóxicas.
Erika Hilton
Do combate assertivo à homofobia - direcionada à ela e/ou à comunidade - à luta pelos direitos das minorias, sobretudo da população LGBTQIA+, a deputada federal do PSOL-SP é motivo de orgulho para seus eleitores. Com sua atuação forte no Congresso, Erika Hilton comprova na prática a necessidade de maior representatividade e diversidade na política.
Primeira mulher trans a integrar a Câmara dos Deputados, Erika teve uma adolescência difícil e precisou se prostituir por um tempo para sobreviver. Hoje, com 31 anos recém-completados, se divide entre Brasília e São Paulo e é uma das parlamentares mais admiradas do Brasil.
Sonia Guajajara
Uma das principais lideranças do Brasil, Sonia Guajajara, 49 anos, é reconhecida internacionalmente pela trajetória em defesa dos direitos dos povos indígenas, seus territórios e causas socioambientais. Ela foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes de 2022 pela revista norte-americana "Time".
À frente do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), teve contribuição fundamental para a visibilidade das questões ambientais e dos povos originários em 2023 sem deixar de criticar publicamente o governo Lula por decisões e medidas pontuais.
Tarciana Medeiros
Lésbica, nordestina e poderosa. Funcionária do Banco do Brasil desde 2000, Tarciana Paula Gomes Medeiros foi nomeada presidente do Banco do Brasil pelo presidente Lula, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cobiçado cargo desde a fundação da instituição.
Tarciana nasceu em Campina Grande (PB), iniciou a vida profissional como feirante e trabalhava como professora antes de entrar no Banco do Brasil.
No início do mês, aos 45 anos, ela consagrou-se uma das mulheres mais poderosas do mundo em ranking divulgado pela revista "Forbes", dos Estados Unidos. Ela foi a única brasileira indicada.
Rebeca Andrade
Aos 24 anos, a menina de origem humilde que passou a infância brincando de escalar os móveis em sua casa em Guarulhos, na Grande São Paulo, é hoje o principal nome da ginástica artística não só no Brasil, mas em todo o mundo. E, claro, uma referência para tantas garotas negras pelo país afora que sonham em mudar suas vidas através do esporte.
Neste ano, em sua primeira participação nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago (Chile), ela voltou com duas medalhas de ouro e duas de prata na bagagem. Também saiu consagrada do Campeonato Mundial de Ginástica Artística, que aconteceu na Antuérpia, na Bélgica, se tornando a maior medalhista brasileira em único Mundial, igualando o feito do nadador César Cielo. Não à toa, encerrou o ano ganhando pela terceira vez o prêmio Brasil Olímpico.
Janja
Aos 57 anos de idade, a socióloga Rosângela Lula da Silva exibe cada vez mais uma atuação marcante como primeira-dama do país e vem dando um verniz mais politizado à função sem apelar para uma atitude maternalista.
Com opiniões categóricas e falas contundentes, Janja se empenha em dar voz aos direitos e necessidades das mulheres brasileiras - e não hesita em cobrá-los. Em julho, por exemplo, revelou num evento em Brasília (DF) já ter sofrido assédio moral e sexual.
Recentemente, teve as contas do X (antigo Twitter), do LinkedIn e do e-mail hackeadas e declarou que a violência foi um ato machista e misógino. "O que eu sofri é o que muitas mulheres sofrem", afirmou a primeira-dama.
Preta Gil
Para alegria dos fãs, na semana passada a artista anunciou o fim do tratamento contra o câncer no intestino. Foi praticamente o fechamento de um ano de muita luta e superação, não só envolvendo a saúde física, mas também a emocional. Filha do ícone Gilberto Gil, a cantora de 49 anos descobriu que vinha sendo traída pelo marido no momento mais complicado de seu diagnóstico.
Com o fim do relacionamento, Preta compartilhou publicamente a ajuda vinda dos amigos, ensinando sutilmente a relevância, para as mulheres, de construir uma boa rede de apoio.
E, ao posar nas redes sociais de biquíni, linda e sorridente com sua bolsinha de ielostomia à mostra após a retirada de um tumor no intestino, Preta contribuiu imensamente para a naturalização da realidade das pessoas ostomizadas no Brasil.
Rosa Weber
Protagonista de momentos marcantes ao longo de sua história como ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber se aposentou em setembro após cerca de 12 anos na corte e às vésperas de completar 75 anos - idade limite para permanecer na função.
Ela foi presidente do tribunal de 2022 a 2023 e, antes de deixar o cargo, votou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez. O voto foi um marco histórico em prol da luta pelos direitos reprodutivos no país e ilustrou a importância de ter mais mulheres à frente das decisões e formulações das leis.
Rosa Weber foi contundente em defesa da democracia em diversos momentos, sobretudo em relação aos atos golpistas de 8/1. E foi protagonista de outra decisão importante para a disputa eleitoral de 2018: a ministra determinou que pelo menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral e do tempo de propaganda eleitoral gratuita deveriam ser destinados a campanhas de candidatas mulheres.
Clara Moneke
Num ano em que os artistas negros encheram de talento e representatividade as novelas, Clara Moneke foi a grata surpresa de "Vai na Fé". Na pele da espevitada Kate, Clara que completou 25 anos no último dia 16, roubou a cena, cativou público e crítica e entrou para rol dos personagens memoráveis da teledramaturgia.
Cotada para o troféu Revelação do Ano do quadro Melhores do Ano do "Domingão do Huck", perdeu para Amaury Lorenzo, o Ramiro de "Terra e Paixão", e teve a grandeza de pedir aos fãs que cesassem os ataques de ódio ao ator por não concordarem com o resultado.