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Como famosas ajudam a reconhecer uma relação tóxica

Episódios recentes como o de Ana Hickmann permitem identificar comportamentos abusivos e obter forças para romper o ciclo e seguir em frente

27 nov 2023 - 05h00
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Ana Hickmann: amor do filho é prioridade para seguir em frente após agressão
Ana Hickmann: amor do filho é prioridade para seguir em frente após agressão
Foto: Reprodução/Instagram/@ahickmann

Apenas neste mês de novembro, episódios de relacionamentos abusivos vividos por quatro famosas vieram à tona e mostraram, de maneira dolorosa, que nenhum privilégio é capaz de proteger da violência masculina quando você é uma mulher. As histórias de Ana Hickmann, Gleice Damasceno, Mariana Goldfarb e Patrícia Ramos causam enorme consternação por se tratarem de celebridades, como se a popularidade as blindasse de penar nas mãos de parceiros tóxicos. 

Embora difícil, a atitude de expor os sofrimentos é corajosa e, principalmente, valiosa por encorajar outras vítimas de violência a reconhecerem abusos e a colocar um ponto final em seus martírios. "A gente tende a acreditar que as mulheres que são figuras públicas estão livres de sofrer as mesmas coisas que as anônimas, mas isso não é verdade. As estatísticas mostram que existem, sim, vulnerabilidades e privilégios dentro dessa equação, mas todas as mulheres estão expostas aos mais diversos tipos de violência", comenta a psicóloga Priscila Sanches, da página do Instagram Terapia Feminista.

Para Priscila, o caso da apresentadora Ana Hickman foi muito simbólico para isso. "Eu acho que ela tem ajudado muitas mulheres a perceberem que não dá para normalizar grosserias e que a violência escalona. Começa psicológica, moral, até chegar em um empurrão, um beliscão até mesmo numa surra em um futuro próximo", observa.

Dificuldades e forças para continuar

Já Marina Simas Lima, psicóloga cofundadora do Instituto do Casal, em São Paulo (SP), comenta que, ao abrirem o jogo sobre os abusos, as famosas mostram qual o caminho a ser percorrido para fãs e seguidoras que sofrem com a violência. "Também são retratadas nessa exposição realizada pela mídia as complexidades, dificuldades e consequências que são reais durante esse processo", diz.

Ao postar fotos ao lado do filho dizendo que "dias de sol virão", Ana Hickmann, por exemplo, inspira outras mulheres a encontrarem forças no amor de pessoas queridas para seguirem em frente. Ao revelar que tudo começou com um grito até evoluir para um soco no rosto, a apresentadora Patrícia Ramos demonstra como ocorre o ciclo da violência. 

Não é só bater: outros tipos de violência contra a mulher Não é só bater: outros tipos de violência contra a mulher

"Os depoimentos das famosas também são essenciais para mostrar o abuso não envolve apenas violência física", pontua Lynn Chemas, psicóloga de Salvador (BA). "A modelo Mariana Goldfarb expôs vários exemplos de violência psicológica, que é a mais difícil de identificar e sair. Um olho roxo é visível ao mundo, mas o abuso emocional nem sempre é visto como agressão. Um homem que implica com o jeito da parceira falar, vestir ou dar risada é tido como difícil ou ciumento, dificilmente como um agressor", afirma.

Na opinião de Júlia Rodrigues Mota, do perfil Divórcio e Parentalidade, as exposições das celebridades têm, sim, sua força, mas devem ser feitas de forma responsável. "Famosas têm plataforma, sucesso, prestígio, grana e rede de apoio, já a grande maioria das mulheres brasileiras não contam com nada disso. Elas são humilhadas em delegacias, pelas famílias, por amigos, desacreditadas. Acho que devemos garantir que TODAS as mulheres possam denunciar violências em segurança. E acho que é uma obrigação social de quem tem uma plataforma ajudar a garantir esse direito", destaca.

Mariana Goldfarb: desabafo sobre abusos psicológicos ajuda a identificar violência não visível
Mariana Goldfarb: desabafo sobre abusos psicológicos ajuda a identificar violência não visível
Foto: Reprodução/Instagram/@marianagoldfarb

Lynn endossa seu ponto de vista: "Apesar da existência da Lei Maria da Penha, ainda estamos a anos-luz de enfrentarmos a violência contra a mulher de uma forma efetiva. Mas, ainda assim, qualquer depoimento de famosa é capaz de abrir portas em algum lugar para uma mulher que não sabe seus direitos e entende que precisa denunciar e reagir e que pode sair daquela situação", diz.

Em caso de violência contra a mulher, denuncie.

Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180).Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.

Saiba mais sobre como denunciar aqui

Fonte: Redação Nós
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