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Muito além da comida, a gula pode estar dominando você. Entenda!

23 mai 2022 - 15h38
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Entenda o que está por trás do desejo de querer comer sempre mais.
Entenda o que está por trás do desejo de querer comer sempre mais.
Foto: Shutterstock / João Bidu

É comum a associação do pecado da gula com o ato de ingerir mais alimentos e bebidas do que se precisa ou extrapolando um limite do que é considerado adequado. Mas, você sabia que essa ideia vai além disso? Ela representa o insaciável desejo por algo, o querer sempre mais e nunca chegar a um estado de contentamento e plenitude. Pode sim ser relacionada a comidas e bebidas, mas também se associa aos vícios de maneira geral, inclusive à dependência por emoções e desejo por bens materiais e apego a pessoas. A relação entre a gula e as emoções se dá pelo fato de, muitas vezes, não ser a substância em si que faz com que a pessoa queira uma dose maior ou não consiga ficar sem aquele produto. 

O que pode ocorrer é que a pessoa está dependente do que aquela coisa faz com seu corpo, nas reações hormonais que desencadeia e nas sensações que provoca. E não só as substâncias, mas as experiências também são artifícios para que tanto o corpo físico quanto a mente vivenciem aquela sensação de prazer momentâneo. As experiências provocam emoções e essas emoções geram descargas de sensações no corpo e mente.

Instinto, não pecado

É importante ter em mente que a gula, assim como orgulho (vaidade ou soberba), a avareza, a luxúria, a ira, a inveja e a preguiça são processos naturais do ser humano e não tem como livrar-se deles. Sendo, por isso, a denominação "instinto" mais adequada do que "pecado".

Esses instintos, quando não utilizados de maneira adequada, são nocivos, pois afastam a pessoa de sua natureza essencial e do cumprimento de seu projeto de vida. Entretanto, quando direcionados de maneira equilibrada, são forças importantes e podem ser empregadas de maneira favorável.

A gula na prática

Vamos analisar um exemplo de uma pessoa que tem gula em um determinado setor da vida e entender como esse instinto pode se manifestar de maneira desfavorável e também proveitosa a ela.

Imagine alguém que é muito ligado ao trabalho. Se envolve em diversos projetos simultaneamente e adora a sensação de estar sendo produtivo. Ao atingir uma meta, logo estabelece novos desafios e busca superá-los.

Essa pessoa pode estar sempre insatisfeita, achando que nunca está sendo produtiva o suficiente. Mesmo que aparentemente esteja tendo sucesso profissional, outras áreas da vida podem estar desmoronando: ela não tem tempo para a família, não consegue mais relaxar ao lado de pessoas queridas, a mente está cansada e o corpo físico exausto. As pessoas ao redor falam que ela precisa se cuidar, pois ela está sempre tensa, o pescoço enrijecido, todos percebem que um pico de estresse está prestes a acontecer.

Esse é o cenário em que a gula manifestada no trabalho está sendo mal-utilizada, pois extrapola o limite do ser humano, em uma voracidade desmedida, como uma paixão visceral.

Por outro lado, se utilizada de maneira adequada, essa mesma gula pode ser a potência, funcionando como motivadora e propulsora na construção de algo em que se acredita e está dentro do projeto de vida da pessoa, respeitando a natureza e o momento de cada um.

Falta alguma coisa

Esse desejo voraz de querer sempre mais, seja das situações, das pessoas, de si mesmo ou da vida, também é um indicativo de uma carência.

O sistema da pessoa procura suprir essa falta interna com elementos externos. Além disso, a pessoa requer os outros ao redor dela, solicita muita atenção, é apegada, quer as respostas na sua hora…

O problema é que enquanto não for identificado o que realmente falta, é como se estivesse "enchendo um saco sem fundo": a busca é intensa, mas o suprimento é algo que não preenche o vazio. A insatisfação permanece e a gula consome.

Para equilibrar

O autoconhecimento ajuda muito nesse processo. Para tanto é essencial a observação constante de si mesmo. Dessa forma, poderá compreender como é a dinâmica da sua gula, identificando rapidamente os momentos em que ela está sendo mal-utilizada e também como direcioná-la intimamente para que seja feito um bom uso dessa força.

Contar com o apoio de um terapeuta psicanalista espiritualista pode acelerar esse processo de mergulho em si mesmo e encontro com uma vida mais satisfatória e cheia de contentamento.

Texto: Bia Albuquerque (@biaaterapeuta), terapeuta energético-espiritual, humanoterapeuta, psicanalista espiritualista, facilitadora do Círculo da Vida e ledora de baralho terapêutico

João Bidu
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