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Vidente acerta ao prever casamento para cliente

Após decepção amorosa, mulher ligou para contar sobre cerimônia no cartório, igreja e festa

16 ago 2015 - 12h35
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Buscando me acalmar precisei respirar fundo quando ela repetiu: “sinto tanta falta dele”. A voz tremia, as sílabas pulavam como se o disco estivesse riscado (se você tem menos de 20 anos, peça explicação para alguém mais velho). As lágrimas desciam pelo rosto como dois filetes que brotam de uma mina.

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Foto: iStock

Com as minhas, segurei-lhe as duas mãos. Indiquei como iríamos respirar juntas. Pedi para que ela fechasse os olhos. Fechei também os meus e mentalizei o maior equilíbrio possível. Em dois minutos de bom fluir, ela se acalmou pela terceira vez.

Suspirou fundo. Sorriu-me um pouco embaraçada – tão bonita, doce, meiga, feminina – e pegou na caixinha o vigésimo lencinho. Secou o rosto e o pescoço, e falou, com uma risadinha nervosa: “antes de ir, vou precisar usar o banheiro. Sabe né? Dar uma retocada no make up, passar um batonzinho básico”.

Espontaneamente soltei uma gargalhada gostosa. Ela continuava sentada na cadeira bem na minha frente, mas, na dimensão mágica, eu a entrevi toda produzida: cabelo, tiara, brincos, maquiagem profissional, buquê e um lindo vestido branco – a imagem da noiva de bom gosto, tudo o que ela mais queria e merecia. Ao lado, em pé ali no meu consultório, o rapaz moreno, bonito, magro, cabelos compridos, olhos brilhando, muito bem alinhado no terno preto do noivo.

Tinha sido apresentada a solução pela qual eu estava empenhada desde o início do nosso contato. Para me certificar, indaguei: “você disse que esse moço que te deixou, o namorado de nove anos, tem olhos claros, barba loira e é bem branquinho?” Ela balançou a cabeça afirmativamente.

“Então, preste atenção”, expliquei novamente: “ele te machucou muito, causou grande sofrimento e dor, pisoteava o teu amor – que, aliás, não merecia. Quanto mais você fazia, mais ele se aproveitava. Você não sente falta dele. Você sente falta do que você queria que ele fosse! Você chora para tapar o buraco que ele deixou no teu coração”.

Ela cerrou os lábios. Eu aproveitei para concluir: “não chora não. Você investiu e foi trapaceada. Não faz mal. No teu coração ainda tem para outros investimentos e, te garanto, agora vai dar certo”.

Terminado o nosso encontro eu emprestei um batom para ela. Ela foi até o espelho, se retocou, ficou ainda mais bonita, girou o tubinho, fechou com a tampa e me estendeu, devolvendo agradecida. Perguntei: “gostou da cor? Então, leva para você. Logo você vai se casar e poderá usá-lo”.

Dia desses, ela me ligou contando que entre cerimônia no cartório, igreja, festa, o batom estava quase acabando. A felicidade dela – e a minha – era vermelha, forte e encarnada como ele.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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