Tchau, agosto!
Essa expectativa voltada para o pior, para forças contrárias e abaixo, é o que mais me incomoda
Tchau agosto, tchau mesmo mês do desgosto. É assim, ufa!, que muita gente de despede desse longo e fatídico mês. Desde a antiguidade esse período, associado a complicações e reviravoltas da sorte, é tradicionalmente desgostada. Mês de azar, do cachorro louco, e da mais temidas das sextas-feiras 13 – que neste ano, ainda bem, nos poupou; e vai seguir nos poupando até 2021.
A angústia eleva a ansiedade com a qual se aguarda a chegada e a passagem do dia 31, último do mês, longo mês que no calendário anual é o único a suceder outro, julho, também com 31 dias.
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Agosto é mês de forte concentração de energias, soltas ou ordenadas em vetor de transformação das situações cotidianas. Essa característica gera uma situação complicada, marcada por temor e superstição – como se o mês todo fosse um feriado, um conjunto de dias marcantes que grava de maneira especial os acontecimentos.
A fama do mês vem de longe, faz eco na Idade Média e se amplia enormemente nos séculos mais recentes. A tradição vai apontando-o como impiedoso e cruel; época de atormentamento, de sensação de temor e desamparo.
Uma carga coletiva de negatividade, interferindo nas determinações individuais, pode ser observada e se torna perigosa fonte de autossugestão, caminho aberto para situações de engano, erro e tropeço.
Agosto é da angústia. Ela vai se afirmando, em grande medida se alimentando dela mesma, deprimindo e complicando a vida das pessoas. O medo se posiciona, justamente, como força motivadora do erro. Temor se espalha: um problema de saúde, uma perda material, uma briga de família, uma demissão no trabalho, um desacerto no amor, e outras sombras que deixam esse mês difuso.
Conheci pessoas que se precaviam desde a primeira noite, logo no início do mês. Já em 31 de julho tinham a atenção localizada nos problemas que inevitavelmente ocorreriam num dos 31 dias seguintes. Pensavam: Vai ser longo! O que vai dar errado?
Essa expectativa voltada para o pior, para forças contrárias e abaixo, é o que mais me incomoda. A dinâmica de enigmas da espiritualidade (sobretudo os mistérios da negatividade) não segue um calendário. Portanto é enganoso acreditar na generalização de datas propiciatórias, qualquer uma delas não é mais ou menos pesada.
Resta, então, compreender o equívoco do pessimismo coletivo. Mazelas e dissabores marcam nossa trajetória, contudo não se concentram em determinado dia ou mês. Ao invés de comemorar a passagem de mais um agosto, importante é se preparar para setembro, com os desafios que ele (como todos os meses) apresentará.
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