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Entusiasmo e paixão: é necessário avaliar bem

O amor, por mais estranho que isso possa soar, só dura quando não somos fiéis às suas ambições iniciais, vastamente sedutoras

4 jun 2020 - 09h00
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Ah, mesmo nesses dias difíceis, de recolhimento, lembramos da véspera de Santo Antônio, 12 de junho, para nós o Dia dos Namorados. Hora de pensar na Paixão, esse afloramento do Entusiasmo que, geralmente, na vida da maioria de nós, desempenha papel importante, interferente no Destino. 

Minha vivência, atendendo inúmeros casos, as mais diversas e variadas formas de Paixão e Entusiasmo, me indicam que os relacionamentos – namoro, casamento, vida compartilhada – não começam no primeiro encontro ou no pedido, começam muito antes, quando se forma a ideia de amor, quando nasce o desejo romântico, mais precisamente, quando se passa a sonhar com uma alma gêmea. 

Entusiasmo e paixão: necessário avaliar bem
Entusiasmo e paixão: necessário avaliar bem
Foto: Tim Marshall/ Unsplash

Esse despertar agita emoções potentes, o vento arma tempestade, redemoinhos, tufões, furacões. A sensação domina completamente, o ser apaixonado reconhece “nunca senti nada parecido”, como se as respostas para as dúvidas da existência surgissem num lampejo.

A convicção de que um outro ser humano pode ser sua alma gêmea pode se afirmar de forma rápida. O raciocínio lógico sequer é ouvido (Ah, as razões que o coração desconhece... ou não tem?), a intuição ocupa todos os espaços, ignora o raciocínio, os processos normais de crítica, se espalha por completo na sensação espontânea. Reina, absoluta, a Paixão e o Entusiasmo. 

Pequenos acontecimentos podem iniciar histórias. A crença na possibilidade de rapidamente dois seres humanos se completarem, sentindo plena empatia, colocando um definitivo fim à solidão, acalenta incondicional esperança, uma chance de ouro para a felicidade. Todavia, é preciso atenção e cuidado, o Entusiasmo pode ser o cadeado para uma perigosa cela interior de confusão e dor. A compreensão exageradamente romântica da Paixão, é estrutura falsa que cobra mudança e amadurecimento ao longo de anos.  

Deixo aqui minha mensagem: a intensidade do Entusiasmo apaixonado, do sentimento de enfim recuperar uma parte de seu próprio ser perdida há tanto tempo, a conclusão majestosa de que aquele outro carrega as respostas aos objetivos e às indagações profundas do viver, essa fé romântica, precisa ser dosada, deve assumir os contornos do real, não do ideal. 

Sim, infelizmente, muitas vezes, o Entusiasmo da Paixão – pleno de ostensiva generosidade – pode se transformar em doença, com consequências hostis. O amor, por mais estranho que isso possa soar, só dura quando não somos fiéis às suas ambições iniciais, vastamente sedutoras. O relacionamento duradouro, precisa abrir mão dos tão comuns e vertiginosos sentimentos iniciais, precisa aprender que o Amor é mais habilidade do que Paixão e Entusiasmo. 

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Marina Gold
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