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Lenda Urbana? Saiba o que significa Setealém e veja se você já conhece

Já ouviu falar de Setealém? Saiba o que é essa dimensão e veja se já vivenciou algo parecido. Confira a seguir

10 abr 2024 - 09h00
(atualizado às 21h22)
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Setealém é contado por quem já teve contato com uma realidade alternativa, portal ou até outra dimensão com um lugar bem parecido com a nossa realidade, mas de uma maneira bem obscura. A maior parte dos relatos descrevem como um local de aparência escura e suja, além de que as pessoas que vivem lá, têm algumas características físicas um pouco diferentes das nossas, como por exemplo, olhos bem mais fundos e completamente pretos. 

Saiba tudo sobre Setealém e conheça histórias e teorias
Saiba tudo sobre Setealém e conheça histórias e teorias
Foto: Shutterstock / João Bidu

Luciana do Rocio Mallon, professora de Folclore e Lendas Urbanas, conta que o termo Setealém foi criado pelo escritor, Luciano Milici, para designar experiências materiais em outras dimensões. E há uma linha da espiritualidade que denomina pessoas que passam por essa experiência como viajantes do tempo. 

"A palavra Setealém tem duas partes: 'sete' e  'além'. Na Cabala sete é o número da espiritualidade. Mas a palavra "além" significa lugar em outra dimensão espiritual. Mas o setealém descrito nas lendas da Internet não tem nada a ver com o céu, ao contrário, é bem obscuro", revela. 

Como é essa dimensão?

A professora ainda conta que estudiosos da espiritualidade dizem que é uma dimensão paralela, normalmente com pessoas com olhares frios e estáticos. "Há uma linha da espiritualidade que denomina pessoas que passam por essa experiência como viajantes do tempo em universos paralelos. O escritor, Milton Rodovalho, passou por experiências semelhantes e escreveu o livro: 'Crônicas de Ravew' sobre isso. Muitas seitas espiritualistas afirmam que Setealém é o umbral, uma espécie de purgatório, com características parecidas com as nossas. Só que as pessoas são macabras e frias por ser um local semelhante ao purgatório", conta. 

Luciana explica que conforme muitos esotéricos, quando dormimos e sonhamos profundamente, o nosso cérebro entra em um universo chamado de onírico, então a mente viaja para outras dimensões e uma delas é o Setealém. "Quando fui investigar o termo,'beleléu', descobri que, segundo a cultura popular, é um lugar em outra dimensão, onde as coisas perdidas vão parar. Porém, só existe uma entidade que tem autorização para devolver os objetos que vão parar lá: São Longuinho", informa. 

Algumas teorias de Setealém

Triângulo das Bermudas 

De acordo com a professora, alguns místicos afirmam que há lugares que são portais para o Setealém. "No Triângulo das Bermudas há relatos de pessoas que eram passageiras de aviões ou navios que passaram por esse local. Essas mesmas pessoas foram consideradas desaparecidas por anos. Mas, de repente, reapareceram para suas famílias no mundo real. Muitas delas afirmaram que estavam numa terra estranha com pessoas esquisitas. Porém mesmo assim, um dia, seguiram uma estrada e conseguiram retornar à civilização real", fala sobre a teoria. 

Luciana ainda revela que existe uma  lenda que embaixo do mar, do Triângulo das Bermudas, contém vestígios da população de Atlântida, que foi uma cidade, quase um continente, que afundou. "Há uma outra lenda que diz que o povo de Atlântida não despareceu, apenas está em outra dimensão que pode ser o Setealém e lá existe uma passagem para o próprio portal, pois aquele local é repleto de cristais que servem como íman para aviões e até mesmo para seres vivos", evidência. 

Caverna do Dragão 

Existe uma teoria que acredita que os personagens de Caverna do Dragão estão presos em Setealém. "Os jovens estão no parque de diversões quando vão para outra dimensão ao entrarem dentro de um brinquedo. Alguns espiritualistas dizem que os personagens estão no Umbral. Já outros falam que eles foram parar em Setealém", reflete. 

Efeito Mandela e Setealém

A dimensão também é associada ao fenômeno do efeito Mandela, que é quando mais de uma pessoa vivencia uma coisa que não existiu. Para explicar melhor sobre esse fenômeno conversamos com o psicólogo Leonardo Teixeira . Veja a seguir:

Como surgiu a expressão efeito Mandela?

De acordo com Leonardo, efeito Mandela é um fenômeno psicológico em que um grande número de pessoas se lembra de algo de maneira diferente do que é geralmente aceito como verdade. "Esse termo foi utilizado pela primeira vez por Fiona Broome em 2010, quando ela notou que muitas pessoas compartilhavam uma memória incorreta da morte de Nelson Mandela na prisão durante os anos 1980. Na realidade, Nelson Mandela foi libertado da prisão em 1990 e faleceu em 2013", explica. 

Como ocorre?

Impulsionado pela propagação rápida de informações. "Com a internet, histórias são disseminadas amplamente e rapidamente, sem serem verificadas. Esse fato também pode ser reforçado por fatores psicológicos, como confusão de memória, sugestão, ou mesmo pela tendência humana de aceitar informações sem questionamento quando elas parecem se encaixar em nossas crenças preexistentes", informa. 

Porque acontece?

Vários fatores contribuem para a ocorrência, entre eles a, confusão de memória." Recordações humanas não são perfeitas e estão sujeitas a distorções ao longo do tempo. Pequenas alterações em detalhes geralmente acontecem quando se lembra de uma memória, se reconstrói ou compartilha. Essas distorções podem levar a lembranças falsas ou incorretas de eventos", afirma. 

O especialista ainda lembra que o compartilhamento de informações imprecisas por amigos, familiares ou figuras de autoridade pode influenciar as memórias das pessoas, levando-as a acreditar em eventos que nunca ocorreram ou a lembrar eventos de maneira diferente do que realmente aconteceu.

A cognição seletiva também é um fator extremamente relevante, ocorre quando as pessoas tendem a interpretar e lembrar informações de maneira seletiva, de acordo com suas crenças, valores e experiências anteriores. "Isso pode levar a distorções na forma como os eventos são percebidos e recordados. Em resumo, o efeito Mandela é um exemplo fascinante de como a memória humana pode ser falível e suscetível a influências externas, levando as pessoas a compartilharem memórias falsas ou distorcidas de eventos passados", conclui. 

Locais e objetos relacionados a Setealém

Outros locais ou objetos tidos como portais para Setealém, segundo a professora Luciana, são: a floresta Amazônica, espelhos, acidentes de ônibus, cemitérios, corredores de hospitais, parques de diversões, rodovias e estradas, templos religiosos e centros espiritualistas. 

Como sair de Setealém?

Luciana afirma que os espiritualistas aconselham não brigar com o povo de lá e perguntar onde é a saída pacificamente. "No final dos anos 90, numa época em que não existia a palavra Setealém, eu trabalhava como contínua para uma firma. Então fazia serviços externos e entregas de produtos e o meio de transporte que eu usava para isso era o ônibus.Uma vez desci na Estrada da Uva, em Colombo, e peguei uma região rural para fazer entrega. De repente, três pessoas estranhas passaram por mim, elas eram muito pálidas e tinha um olhar estático. Depois uma idosa, com roupas de andarilha, passou por mim e disse:'Você está no caminho errado, saia daqui e volte para a estrada que lá na mercearia o dono indicará o caminho certo".Então segui o conselho da anciã e anos depois descobri que estive em  Setealém e só consegui voltar porque obedeci a idosa", sinaliza. 

Relato de outra dimensão relacionado a estradas

A jornalista Kaísa Romagnoli, acredita ter visitado setealém com o filho caçula, a sua filha adolescente e a mãe. "Estava no Paraná e moro em São Paulo.  Eu,  minha mãe e minha filha estávamos voltando para nossa cidade de carro. A nossa viagem tinha uma estimativa de demorar no máximo cinco horas, então resolvemos ir embora às 19 horas. Logo ali dentro da cidade, houve um problema. Simplesmente o GPS do carro parou de funcionar,  a função e o sinal dos nossos telefones também pararam de funcionar. Enfim, achamos que era uma coisa momentânea. Após isso, nos perdemos, mas achamos que seria fácil achar a saída da cidade, por se tratar de uma cidade interior pequenininha", afirma. 

Perdida com a sua família, Kaísa teve a ideia de parar em um posto de atendimento ao usuário que costuma ter 24h em rodovias."Achamos lá muito estranho, às luzes estavam apagadas, não tinha ninguém. Eu até desci do carro, olhei a porta de vidro, janelas, mas realmente ali não tinha pessoas. Assim resolvemos sair e voltar para a rodovia para reativar o GPS", conta.

Volta do sinal telefônico

Por um milagre, o sinal telefônico voltou e a jornalista viu que em 17 km a frente teria que fazer um retorno. "Eu passei mais de uma vez pelo quilômetro 17, na primeira vez foi quando eu tentei pedir ajuda no atendimento ao usuário e não tinha ninguém.  Na segunda, voltei para o mesmo lugar e nele tinha duas ambulâncias, um monte de gente na porta e lá dentro, todas as luzes estavam acesas. Eu e minha mãe ficamos extremamente abismadas, porque nós tínhamos passado ali fazia pouco tempo. Quando eu olhei no relógio, eu vi que fiz esses dois percursos em menos de 10 minutos. Eu não ultrapassei a velocidade dos 100 km por hora, então matematicamente falando, isso era impossível", explica. 

Experiência estranha no posto de gasolina

Romagnoli cansada da situação e com se alimentar e abastecer o carro. "Eu estacionei o carro na frente da lanchonete, ela parecia que estava abandonada, e não tinha absolutamente ninguém, além de nós e a atendente. Eu falei para minha mãe, ficar no carro. Entrei na conveniência, do posto. Solicitei meu pedido. Recebi no balcão, paguei com o meu cartão."

Entrando no carro a filha da jornalista pediu um milk shake. "Ela e a avó foram buscar na conveniência, lá demorou porque a atendente acabou errando o pedido e teve que refazer. Nós também enchemos o tanque do carro. Quando nós saímos na rodovia, eu pedi para minha mãe olhar no aplicativo dela que horas que ela havia passado o cartão na bomba de combustível, na hora que a gente entrou no posto. E que horas estava no meu comprovante, o horário que estava no meu comprovante, de saída da lanchonete,  da última compra que minha filha fez com ela do milkshake na lanchonete. Entre o abastecimento do carro e essa última compra da lanchonete, só tinha passado 10 minutos. Olha o tanto de coisa que nós fizemos em 10 minutos, não como", diz. 

Saída do portal/dimensão

A mãe de Kásia assumiu a direção e assim a família conseguiu chegar em São Paulo. "Nós chegamos na nossa cidade, às 5h30 da manhã. Até hoje eu já não sei o que aconteceu naquela viagem. Não foi só eu que presenciei essa série de eventos, foi minha filha, minha mãe. E eu não sei, eu acho que foi a experiência mais maluca da minha vida. Nós já tínhamos ido para lá várias vezes e nada parecido tinha acontecido", encerra.

João Bidu
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