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Vencendo o deserto da solidão

Não pode se entregar, deixar de fazer esforço para vencer os obstáculos e passar para a etapa seguinte

8 fev 2019 - 09h00
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Nas três colunas anteriores mostrava a sequência de passos para a superação de uma desilusão amorosa. Vencidas aquelas etapas propostas, eis a última, que chamo de “Saindo do deserto”.

Vencendo o deserto da solidão
Vencendo o deserto da solidão
Foto: iStock

Andarilho no deserto, você percebe que é indispensável refazer o cenário e começa a se encantar com essa possibilidade. 

Seguindo o instinto mais primitivo de sobrevivência, você passa a se mover em busca de novidades, descobre novos interesses e vai se integrando aos poucos na experiência cotidiana, sendo novamente capaz de realizar escolhas tranquilas e isentas dos explosivos sentimentos anteriores. 

O ex ser amado, miragem que vai se distanciando, se afasta mais e mais a cada momento que passa. Você apenas começa a enfrentar o desafio das miragens. No desejo, na necessidade aguda de se apaixonar novamente, você vê em cada rosto que se aproxima uma possibilidade de amar. 

Sentindo-se capaz de construir uma nova relação, você se livrou de um peso tão grande, que a lógica da tua vitória, da tua recente liberdade, te leva a acreditar – superando desafios – que virá um novo amor e o universo afetivo se recomporá com toda a força das grandes paixões. 

Infelizmente as coisas em questão não funcionam assim tão fáceis e diretas: você está à mercê dos ventos do teu destino que brincam nas areias tórridas e redesenham as trilhas da tua jornada. 

Provavelmente, você criará algumas expectativas que vão se desfazer, como se diluem as miragens no calor escaldante do meio-dia. Você vai se deparar com algumas circunstâncias que, elusivas, fogem e tornam a surgir mais adiante, repetidas vezes. Já não se trata de substituir o ser amado, mas de encontrar alguém inédito, que se harmonize com o seu novo ser, mais maduro e coerente, a pessoa em que você infalivelmente se tornou.

O caminho é longo. Felizmente, além de miragens enganadoras, há alguns oásis espalhados, núcleos acolhedores que proporcionam recursos, sombra e água. Nessas paragens você percebe que já está novamente forte para empreender o restante da jornada e seguir para fora da prisão de areia.

É o momento de sair do deserto: você deixa o grande mar de dunas por onde perambulou por longo tempo e, olhando para trás, você não sabe se foram tantos ou apenas um único e enorme dia, tomado pelo sol ofuscante e abrasador do desamor, pelo medo de nunca mais amar.

Reencontrando o equilíbrio e a integridade, você retoma o estatuto de ser humano. Vencidas essas fases, você será perfeitamente capaz de recompor o seu território de emoções e iniciar um novo amor.

Minha experiência mostra que todas essas fases (essa última e as três anteriores detalhadas nas minhas últimas colunas) se organizam assim. Ao cumprir cada uma delas, você vai subindo a escada rumo a um novo grande amor. O mistério é – como sempre – o tempo, a duração de cada uma dessas estações. O certo é que você não pode estancar em nenhuma delas. Não pode se entregar, deixar de fazer esforço para vencer os obstáculos e passar para a etapa seguinte.

Se você empacar pelo caminho, procure ajuda e, principalmente, se ajude. Ninguém quer ter por companhia de vida uma pessoa amarga e desiludida. Essa é a melhor lição.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

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Fonte: Marina Gold
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