Religiões estão em crise e devem ser revistas, diz vidente
Para esotérica, é preciso se preocupar menos com paraísos e infernos e mais com a religação espiritual
Toco no assunto, espinhoso, porque sei que o leitor, pessoa bem informada, notou. As religiões estão rodopiando, algumas em crise, outras se afastam do papel que tradicionalmente ocupariam; algumas não conseguem mais fazer o laço social, outras vendendo fumaça. Em atitude estranhamente materialista estão se mercantilizando?
Não estou interessada em atacar ou defender qualquer uma delas, nada disso move minha admiração ou minha ira. Meu interesse? Apenas na demanda da espiritualidade.
Minha questão é com Deus, o Livre Arbítrio e a Educabilidade dos Humanos. As outras coisas, da imanência, do mundo sensível, do universo visível, da carne, do real, do concreto, da vida cotidiana, do aqui e agora, é assunto distinto, outra alçada.
Daí minha indicação: menos atenção com inferno ou paraíso, juízo dos pecados ou pesagem das almas; mais preocupação com a incandescência interior, as energias oceânicas, a ligação e religação do espiritual.
Acho melhor evitar a apologia frenética, as cóleras exacerbadas e as morais inquestionáveis (que acabam durando bem menos do que seus defensores gostariam). Que lado escolher? Junto de toda criatura viva, trabalhando para que o direito de existir serena e tranquilamente seja respeitado numa relação pacífica entre os seres.
Ligada à política e à comunidade, a religião ocupa seu papel na dimensão coletiva. A espiritualidade está algures. Num projeto de júbilo individual, de crescimento e reencontro com as fontes interiores, guerra total contra a injustiça, amadurecimento ético e braços musculosos para esmagar tudo que oprime e tiraniza. O que é crescer no terreno do místico? É colher pessoalmente as flores cultivadas nos jardins de Deus... e não comprá-las de um intermediário, numa floricultura qualquer.
Estamos então trilhando a estrada da bondade, resistindo à cólera, inveja, vingança, agressão e maldade. Outro nome dessa estrada é misericórdia, caminho do bem, da honra e da virtude. O compromisso místico é manifestar o amor, força que vence o temor e a crueldade.
Essas são as marcas do poder espiritual. Aproximam-nos de Deus e não se prendem a nenhum poder além do místico, repleto de positividade. Feita de justiça, de negação da violência, de perdão, ela é a opção inicial para qualquer um que procure o bem, a legitimidade. Invista nessa possibilidade e não tardará a perceber com clareza a escolha correta que se fez. Depois? Nada. Os temores ficam para trás, superados pela grandeza do ecumenismo.
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