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Envelheçam, espiritualizem-se

3 ago 2018 - 09h00
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Nelson Rodrigues deixou uma lição proverbial. Indagado sobre qual conselho daria aos jovens, saiu-se com essa magnífica tirada, inteligente e ambígua como era sua marca registrada: “Jovens, envelheçam!”

Já dizia Nelson Rodrigues: "Jovens, envelheçam!"
Já dizia Nelson Rodrigues: "Jovens, envelheçam!"
Foto: filipefrazao / iStock

Como equilibrar uma proposta dessas na nossa época e sociedade Peter Pan, que cultua a juventude (eterna)? A ciência avança. A expectativa de vida cresce. O que ontem parecia inevitável pode ser freado e pessoas que viverão 120 anos podem estar convivendo com a gente.

Essa perspectiva – que se fortalece a cada dia – de amplificar nosso tempo de vida, revoluciona por completo nossa busca de sentido existencial. Escolhas, demandas, rotinas, tudo na vida ganha outra lógica, outra dinâmica.

A extensão da longevidade abre um horizonte novo de desafios. Chegar aos 80 anos em pleno vigor físico e mental, como se estivesse navegando na bonança dos 30; manter-se ativo mesmo depois de 90 anos; poder facilmente abraçar os tataranetos; realidades e experiências que estão chegando mais perto e geram uma necessidade de reposicionamento dos parâmetros.

Novas organizações brotarão. Áreas como Relações, Corpo, Mente, Hábitos, Propósito, adquirirão novo contexto. E, claro, como não poderia deixar de ser, e aqui está o que me interessa efetivamente, também a Espiritualidade será cultivada diferente, dialogando com renovadas lições, plenitudes, felicidades.  

Com a vida se estendendo, novos acessos se abrem: o foco privilegiará mais o significado acima do conteúdo, a transcendência acima da concretude. Ou seja, vivenciaremos um aumento da espiritualidade, finitude, sofrimento, insegurança, inquietação (os épicos temas negativos da espiritualidade) vão ser ultrapassados pela serenidade, coesão, fluxo, eternidade (temas positivos).

Plenificação e felicidade mudam de endereço. Deixam de estar num mais além e se transferem para o tic-tac da vida aqui e agora. O amanhã, menos devorador, é complemento de um hoje que, por sua vez, já acalentou uma relação mais doce com o ontem. Planos e realizações se amarram de forma menos opressiva, mais produtiva.

Recebo otimista esse admirável novo mundo. Ele terá outra aura, mais prosperidade. Ele terá outra emanação, mais elementos. Sim, como sempre algumas questões seguem em aberto, serão solucionadas no tempo correto sobretudo se os jovens (os maiores beneficiários das mudanças em curso) seguirem conselho inspirado pelo do Nelson Rodrigues: “Jovens, espiritualizem-se”!

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Fonte: Marina Gold
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