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Baralhos do destino

5 fev 2020 - 09h00
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Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

Estranha e misteriosa forma das coisas se entrelaçarem. Jogo, amor, vida, laços e nós. Certas vezes, de forma complicada; outras, mais simples. Muitos momentos de maneira que os envolvidos, ou quem os queira bem, escolheria. É importante, nessas situações, olhar além das aparências, procurar as lições ocultas que o carma está querendo desenrolar.

Um exemplo: história bastante interessante para revelar como os caminhos, por mais que façamos força para evitar, nem sempre nos levam em linha reta. Marcados por curvas, obstáculos, surpresas, a experiência da vida parece mais um rally do que passeio sossegado pela rodovia lisa e serena.

Vamos à história: ele estava viúvo, tinha perdido a esposa fazia poucas semanas. O casamento era feliz, mais de trinta anos. Tinha apenas um problema, o inconveniente é que ele amava o baralho. Jogar era sua diversão, seu passatempo. Ele fazia de maneira controlada. Não era um vício. Era uma paixão.

Como outras pessoas adoram isso ou aquilo, sempre que possível, feliz, ele carteava. Ganhava bastante. Dominava o jogo. Tinha estratégia, competência e um tiquinho de sorte. Na mesa, fruia bons momentos de emoção. 

Para mostrar controle, duas regras eram respeitadas rigorosamente: nada de baralho depois das 22 horas e nunca (nunquinha) a dinheiro, jamais apostas de qualquer valor a não ser a brincadeira divertida. Seu lema: “Dinheiro é dinheiro, jogo é jogo”. As cartas não podiam impulsionar qualquer perda ou ganho material.

Depois de viúvo, sentindo-se ainda moço, conquistou uma companhia, tornou-se a namorada. Era uma moça bonita, de força humana e espiritual. Para ela, o novo par também representou tudo que sempre desejou.

As coisas iam bem, até que apareceu um problema. Por mais que tentasse, ela não conseguia aprender a jogar cartas. Não atinava com as estratégias: canastra, buraco, não interessava.

Cartas do destino. Poderia até dizer: cartas infelizes. Era coisa triste de se ver: eles eram almas gêmeas em tudo, perfeitos, belo encaixe. Mas, o jogo, que não incomodava no casamento, agora era uma barreira.

Ele queria uma companheira completa, que acompanhasse na brincadeira tão querida, para os anos que restavam. Queria um par que dividisse com ele o pano verde e ali também pudesse compartilhar surpresas, aventuras e acontecimentos.

Curioso o traçado dos destinos, as cartas esotéricas que entram ou não entram. Azar? Sorte? Encontros? Desencontros? Entre reis e rainhas, áses e coringas, desenvolve-se, embaralhando e desembaralhando, o jogo do destino.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Marina Gold
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