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Querer ajudar todo mundo pode estar escondendo um problema. Entenda!

18 jul 2022 - 16h06
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Cuidado! Esse habito pode te prejudicar
Cuidado! Esse habito pode te prejudicar
Foto: Shutterstock / João Bidu

Muitas pessoas se dizem felizes quando têm a oportunidade de ajudar alguém, sentem prazer em perceber que sua atitude fez a diferença na vida do outro e ela foi responsável por aliviar uma dor, facilitar uma tarefa, levar conforto, ser um ombro amigo…

Essa satisfação é muito natural, pois, na realidade, a separação entre o eu e o outro é uma ilusão: somos todos conectados e podemos sentir essa benfeitoria que fizemos aos outros reverberando em nós mesmos.

Acontece que, ao nos colocarmos na posição de ajudar alguém (assim como em todos os momentos da vida), além da necessidade de que isso seja feito com amor, é preciso empregarmos uma boa dose de sabedoria.

Fuga da realidade

Não é em todos os casos, mas também não é raro o fato de que o forte desejo de resolver o problema dos outros seja uma maneira de não encarar as próprias questões.

Trata-se de uma junção de dois pontos. Por um lado, aprendemos que é bonito ser bonzinho e ajudar as pessoas. Por outro, pode ser muito doloroso olhar para alguns pontos do nosso interior ou mesmo difícil fazer as mudanças que precisamos fazer para o nosso próprio bem, pois isso pode envolver tomada de decisões, mudança de hábitos, distanciamento de pessoas ou reconhecimento de que a responsabilidade da situação estar assim é somente nossa.

Dessa forma, ainda que não pareça, é muito mais tranquilo ocupar a mente e o tempo em dar suporte para o outro. Consequentemente, não haverá nem tempo e nem energia para a pessoa olhar para os próprios desafios e ela pode permanecer na chamada zona de conforto. Mesmo que esse lugar não seja tão agradável, pelo menos já é conhecido.

Desempoderamento do outro

Em  termos energéticos, ao reconhecermos constantemente a necessidade de ajuda do outro, estamos alimentando essa frequência. Ou seja, estamos potencializando, dando força para essa vibração de carência. Em última análise, estamos deixando a pessoa mais fraca.

É como se a nossa vibração dissesse: "eu sei que você não vai conseguir, que não é capaz, isso não é para você " e a pessoa captasse essa mensagem, sendo influenciada por ela e tendo o seu poder pessoal cada vez mais diminuído.

Como já foi dito, a ideia não é deixar de ajudar as pessoas, mas sim de utilizar sabedoria para as tomadas de decisões e posicionamentos nesse processo. Neste caso, alguns exemplo de como fazer isso pode ser por meio de elogios, reconhecendo os progressos que a pessoa já fez e incentivando-a a continuar, sendo companhia enquanto ela executa as ações necessárias (em vez de fazer no lugar dela) e indicando formas para ela buscar por si mesma as soluções.

Ladrão de oportunidades

Outro ponto envolvido na questão de querer resolver os problemas dos outros é que a boa intenção pode estar atrapalhando.

É aquela célebre historinha na qual, ao perceberem o esforço que a borboleta fazia para sair do casulo, resolveram dar uma ajudinha e cortar o envoltório com uma tesoura.

A borboleta ficou com as asas fraquinhas e nunca conseguiu voar. Isso prejudicou a expressão máxima de sua natureza de borboleta, além de ter dificultado o processo de se alimentar, fugir de ameaças e predadores e encontrar um parceiro para a reprodução.

Com os seres humanos o exercício é o mesmo. Vale a reflexão de que talvez aquela situação desafiadora esteja sendo uma grande oportunidade de desenvolvimento da musculatura energética, mental, emocional e espiritual daquela pessoa.

Não é que seja bonito sofrer e nem para valorizarmos os momentos desagradáveis. A proposta é fazermos uma leitura das situações, reconhecendo as chances de crescimento, nossas e dos outros.

Carente e querido

Ser aquele que está sempre ajudando pode ser uma forma de a pessoa se sentir especial. Ela se coloca na posição de ser o suporte para alguém que está carente de algo naquele momento e, assim, ela é a querida.

Isso alimenta o ego, dando uma ideia de ser importante, algo do tipo "ah, se não fosse eu…". É como se utilizasse o vazio do outro preenchesse o vazio dela, pois ela encontra um sentido para a própria vida a partir de questões dos outros.

Essa relação não é saudável, pois baseia-se em dependências: o carente precisa do querido e o querido precisa da carência do carente. E os envolvidos retroalimentam esse ciclo, mantendo-se presos um ao outro.

Fica pesado

Seja por qual motivo for, pessoas de sensibilidade mais apurada e com vontade de ajudar acabam puxando para si os problemas dos outros constantemente e todo esse processo vai ficando muito pesado, podendo levar a doenças do corpo e da alma.

Por isso, o primeiro passo para conseguirmos ajudar efetivamente os outros é ajudar primeiro a nós mesmos. 

Tratar com amorosidade e carinho os nossos próprios processos, nos acolhermos, termos coragem para encarar nossas melequinhas, fazermos as mudanças necessárias e aceitarmos o que temos rejeitado sobre nós.

Como tudo é energia e se transmite por meio de frequências, fazendo esse trabalho interno, desenvolvemos em nós a vibração de ajuda e, aí sim, teremos essa energia equilibrada e com qualidade para oferecermos a outras pessoas.

Ajudar com o coração

E você pode perguntar: "Entendi tudo! Mas como vou saber se devo ajudar ou se não estou caindo em alguma das "armadilhas" comentadas aqui?"

O segredo está no respeito, que é a "resposta do peito". É o seu coração, sua conexão com você mesmo que irá indicar o melhor caminho, a melhor atitude, a hora de agir e o momento de aguardar a borboleta sair do casulo. Respeitar o peito é ter sabedoria!

O acompanhamento de um terapeuta energético-espiritual ampara muito esse processo de encontro com você, de aprender a escutar o coração e conseguir fazer o que precisa ser feito, respeitando a sua verdade.

Texto: Bia Albuquerque (@biaaterapeuta), terapeuta energético-espiritual, humanoterapeuta, psicanalista espiritualista, facilitadora do Círculo da Vida e ledora de baralho terapêutico

João Bidu
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