Vidente esclarece o que dá real sentido à vida
Pouca gente nota, mas não somos apenas carne e espírito. Há um terceiro componente, fundamental, de grande importância, que floresce entre esses dois: a obra.
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A carne, terrestre, pura concretude, imanência plena, fadada a desaparecer. Como indica a sabedoria latina, "alimentar os vermes" (raiz da palavra "cadáver"). Presa aqui, ela está profundamente ligada aos prazeres e dores, aos estímulos e sensações - por aqui mesmo se desintegra.
O espírito, essência, transcendência absoluta, investe toda sua força em escapar daqui. Ao deixar para trás esse mundo de falsidade e mera aparência, aliviando o inútil peso das representações provisórias, movimenta-se para outros fluxos, rumo à multiplicidade das imensidões onde se reintegra.
Nesse quadro de mudança (tanto da carne como do espírito) nada resta? Um vazio sem sentido é a resposta que o nosso planeta recebe? Depois da jornada a soma é zero? Pode até parecer que sim: a carne (ínfima!), dissolvida, recicla a visível ordem física que nos rodeia; o espírito (cósmico!), dinâmico, realimenta em fluência o mistério das secretas maravilhas que nos escapam.
Tudo isso apenas parece cair no vazio. Porque fica por aqui, vivo e presente, deixando frutos e resultados, aquele terceiro componente apontado no início: vamos chamá-lo de obra. Carne e espírito pertencem ao que vai desaparecer e se transformar, não podem ser detidos; a obra, isso por sua vez, e aqui reside sua colossal importância, será herança, permanência, marca que imprimimos ao mundo e que seguirá - em si e nos desdobramentos que dela nascem.
Todos nós, seres desse planeta, somos, sob enfoque holístico, obra. Todos os nossos antepassados sobreviveram e deixaram descendentes. Uma longa corrente de vida que modela a experiência nessa nossa dimensão e vem conseguindo aprimorá-la: vencendo doenças, superando dores, conquistando qualidade de vida.
Existem, claro, para além de filhos e netos, outras formas de obra. O trabalho é uma de suas expressões mais fortes, seja ele qual for. Constrói sua obra o cientista genial e a cozinheira que pica cebola com carinho e cuidadosa dedicação, o engenheiro competente e o jardineiro que apara com esmero as folhas mortas dos arbustos. A obra, fecundante, gera razão, significado para a vida.
Escrevo isso e constato tranquilizadoramente que permanecemos na beleza e poesia das nossas obras. Podemos encontrar nelas uma sensação de plenitude, de importância e razão de viver. Carne e alma retornam ao seu trânsito imemorial, a obra fica como verdadeira força, alimento.
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