Vidente aconselha a não transformar uma mentira em verdade
Eu já tinha vivido, ali no meu consultório, experiências semelhantes. De rosto vermelho, quase batendo os pés no chão, a minha consulente exasperava: "Ele é um mentiroso. Ele mentiu e isso eu não posso perdoar". Com serenidade, usando bom-senso, acolhedora, eu indagava: "Como você sabe? Descobriu? Há evidências?" O bombardeio prosseguia, cortante: "Ele não disse a verdade. Não posso acreditar nele".
» Aprenda a olhar a verdade espiritual pelo espelho interior
» Siga o Vida e Estilo no Twitter
» vc repórter: mande fotos e notícias
A conversa já se estendia por quinze minutos e, além da descarga de energia tensa, irritação e raiva, a minha cliente não posicionava concretamente quais circunstâncias a fizeram demolir o namoro que vinha completando dois felizes anos, com planos inúmeros de melhores futuros.
Ela disparava: "Eu percebi, como naquele seriado de TV, nas menores pistas que ele deixou. O sorriso era amarelo, as sobrancelhas subiam e desciam de forma estranha, ele passava a mão nos cabelos o tempo todo e evitava meu olhar. Marina, a história de futebol com os colegas de trabalho estava bem contada, mas tudo mais entregava a falsidade".
Respirei fundo e mantive a linha de argumentação e apoio que vinha desenvolvendo desde o início do nosso encontro. Com muito jeitinho - percebi que ela estava, realmente, uma fera - fui mostrando que é difícil identificar corretamente os sinais extra-verbais que ela usou para condenar o namorado.
Argumentei que seria ótimo se tivéssemos o termômetro da mentira, tornaria a vida mais fácil (sobretudo a dos policiais), mas, observei, podemos nos enganar com facilidade, pré-julgar e funcionar mal como detectores de lorota.
Uma hora de atenção e muita dinâmica no plano espiritual para "abrir os olhos" daquela doce alma. Por fim, entendeu: suspeitas e expectativas elevadas acabam facilitando a quebra de confiança, primeiro passo rumo ao desastre do julgamento precipitado e pouco embasado.
Ela se despediu com uma tarefa a cumprir. Procurar novamente o rapaz, de cuca mais calma e centrada. Ouvir as razões dele com equilíbrio. Assim fez e sei que ficaram bem, pela vida afora. Ela, uma usina de força humana; ele, uma gracinha, muito tímido, desvia o olhar com frequência - recatado, não mentiroso.
Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold, ou entrar em contato com ela, clique aqui.