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Segundo navio com petróleo da Venezuela é interceptado pelos EUA; o que se sabe

O governo da Venezuela condenou o que chamou de "ato de pirataria" e "sequestro" de um navio privado que transportava petróleo venezuelano - e disse que esses "atos não ficarão impunes".

20 dez 2025 - 20h52
(atualizado às 21h27)
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Navio apreendido pelos EUA após deixar a Venezuela
Navio apreendido pelos EUA após deixar a Venezuela
Foto: X/Sec_Noem / BBC News Brasil

Os Estados Unidos apreenderam neste sábado (20/12) um navio petroleiro que havia saído recentemente da Venezuela, segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA.

É a segunda vez neste mês que os EUA apreendem um navio transportando petróleo próximo à costa venezuelana.

A ação ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado na terça-feira (16/12) que estava ordenando um "bloqueio total" de petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela.

Em um comunicado postado nas redes sociais, o governo da Venezuela condenou o que chamou de "ato de pirataria" e "sequestro" de um navio privado que transportava petróleo venezuelano - e disse que esses "atos não ficarão impunes".

O comunicado afirma que o país sul-americano fará uma denúncia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, além de acionar outros países e organismos multilaterais.

Navio com bandeira panamenha

Ao anunciar a operação, a secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, publicou um vídeo de sete minutos, mostrando helicópteros americanos pousando no convés de um navio com o nome Centuries escrito na lateral.

O Centuries é um navio com bandeira panamenha, mas nos últimos cinco anos também navegou sob as bandeiras da Grécia e da Libéria, segundo registros consultados pela BBC Verify, o serviço de verificação da BBC.

O navio não consta na lista de embarcações sancionadas pelo Tesouro dos EUA.

Em reportagem do jornal New York Times, funcionários da indústria petrolífera venezuelana afirmaram que a carga pertence a um comerciante de petróleo baseado na China com histórico de levar petróleo da Venezuela para refinarias chinesas.

Um funcionário do governo americano também disse ao jornal que a Guarda Costeira tentava determinar se o registro panamenho do petroleiro era válido.

Os EUA têm acusado navios que deixam a Venezuela de fazerem parte de uma "frota fantasma", que supostamente usa diversas estratégias para ocultar suas atividades.

Segundo Washington, essas embarcações integram redes usadas pelo governo de Nicolás Maduro para escoar petróleo no mercado internacional, apesar das restrições, muitas vezes com mudanças de bandeira, desligamento de sistemas de rastreamento e transferências de carga em alto-mar.

No início do mês, outro navio foi interceptado
No início do mês, outro navio foi interceptado
Foto: Governo dos EUA / BBC News Brasil

Nova operação

A operação deste sábado foi liderada pela Guarda Costeira dos EUA, de forma semelhante à operação realizada no início deste mês. O navio foi abordado por uma equipe tática especializada e estava em águas internacionais quando foi apreendido.

"Em uma ação antes do amanhecer na manhã de 20 de dezembro, a Guarda Costeira dos EUA, com o apoio do Departamento de Guerra, apreendeu um petroleiro que estava ancorado recentemente na Venezuela", escreveu Kristi Noem.

"Os Estados Unidos continuarão a perseguir o movimento ilícito de petróleo sancionado que é usado para financiar o narcoterrorismo na região", escreveu Noem, acrescentando: "Nós vamos encontrá-los, e nós vamos detê-los."

Nas últimas semanas, os EUA têm ampliado sua presença militar no Mar do Caribe e realizado ataques letais contra supostos barcos venezuelanos de tráfico de drogas, resultando na morte de cerca de 100 pessoas.

Os EUA não apresentaram provas públicas de que essas embarcações transportavam drogas, e o exército americano tem sido cada vez mais questionado pelo Congresso sobre esses ataques.

Os americanos acusam o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar uma organização terrorista designada chamada Cartel de los Soles, o que ele nega.

A administração Trump acusa Maduro e o grupo de usar petróleo "roubado" para se financiar, além de financiar narcoterrorismo, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.

Após a apreensão do segundo navio, o secretário de Defesa Pete Hegseth afirmou na X que os EUA continuarão a "realizar operações marítimas de interdição sem vacilar… para desmantelar redes criminais ilícitas".

"Violência, drogas e caos não controlarão o Hemisfério Ocidental."

A Venezuela — que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo — depende fortemente da receita de suas exportações de petróleo para financiar os gastos do governo.

O primeiro navio apreendido, chamado Skipper, seria levado a um porto dos EUA, segundo disse a Casa Branca quando houve a operação.

O governo venezuelano condenou a ação, com Maduro afirmando que os EUA "sequestraram a tripulação" e "roubaram" o navio.

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