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A corrida para resgatar vítimas de deslizamento de terra em Papua-Nova Guiné

Relatos são de centenas de pessoas mortas e dezenas presas nos escombros.

25 mai 2024 - 07h59
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Um enorme deslizamento de terra deixou centenas de mortos após atingir aldeias remotas em Papua-Nova Guiné. Os serviços de emergência estão tentando alcançar todas as áreas afetadas na província de Enga.

Segundo a agência humanitária Care Australia, uma equipe de resposta rápida composta por médicos e militares já conseguiu chegar ao local. Mas o terreno difícil e os danos nas ruas principais estão dificultando os esforços de resgate.

A rodovia principal que dá acesso à região está bloqueada e a área é acessível apenas por helicóptero.

O deslizamento de terra soterrou centenas de casas em Enga por volta das 03h da manhã locais de sexta-feira, 24 (14h de quinta-feira, 23, de Brasília).

Ainda não está claro quantas pessoas estão presas sob os escombros. A Care Australia disse que 60 casas foram destruídas e "no momento, todos os membros dessas famílias permanecem desaparecidos".

Quase 4.000 pessoas vivem na área onde ocorreu o deslizamento de terra. Mas a organização alertou que o número de afetados "provavelmente será maior" devido ao fluxo de pessoas que fogem de conflitos nas áreas vizinhas.

A instituição acrescentou que outras aldeias também poderão estar em risco "se o deslizamento continuar montanha abaixo".

Pessoas se reúnem no local de um deslizamento de terra em Maip Mulitaka, na província de Enga, Papua Nova Guiné, em 24 de maio de 2024.
Pessoas se reúnem no local de um deslizamento de terra em Maip Mulitaka, na província de Enga, Papua Nova Guiné, em 24 de maio de 2024.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Amos Akem, deputado da província de Enga, disse ao jornal The Guardian que, com base em relatos locais, "o deslizamento soterrou mais de 300 pessoas e 1.182 casas".

Ele confirmou que os esforços de resgate foram prejudicados por uma estrada bloqueada que liga a aldeia afetada à capital.

Existe apenas uma rodovia para a província de Enga. O deslizamento de terra criou detritos de até 8 metros de profundidade, afetando mais de 200 quilômetros quadrados de terra "incluindo 150 metros da rodovia principal que leva à província de Enga", disse a Care Australia.

Um funcionário da ONU, Serhan Aktoprak, disse à agência de notícias AP que a área afetada pelo deslizamento de terra equivale a cerca de três a quatro campos de futebol.

Algumas casas na aldeia foram poupadas pelo deslizamento de terra, disse Aktoprak, mas "dada a escala do desastre" o número de mortos pode ser superior a 100.

Pessoas se reúnem no local de um deslizamento de terra em Maip Mulitaka, na província de Enga, Papua Nova Guiné, em 24 de maio de 2024.
Pessoas se reúnem no local de um deslizamento de terra em Maip Mulitaka, na província de Enga, Papua Nova Guiné, em 24 de maio de 2024.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A operação para chegar às pessoas afetadas tem sido dificultada pelo temor de que possam ocorrer mais deslizamentos de terra.

"A terra continua a deslizar e a se mover, e isso torna a operação perigosa para as pessoas", disse Aktoprak à agência de notícias AFP.

Moradores das áreas vizinhas descreveram como as árvores e os destroços de uma montanha que desabou soterraram partes da comunidade, deixando-a isolada.

Imagens do local mostram moradores retirando corpos de escombros enquanto atravessam a área, coberta por pedras gigantes e árvores arrancadas.

'Não há mais casas'

Um morador de uma aldeia próxima disse que quando chegou ao local do deslizamento, "não havia mais casas [de pé]".

Em declarações à emissora australiana ABC, Dominic Lau disse que tudo estava "simplesmente coberto por terra".

"Não havia nada, apenas pedras e solo... não havia pessoas e não havia casas para ver", acrescentou Lau.

O governador de Enga, Peter Ipatas, disse à AFP que "seis aldeias" foram afetadas pelo deslizamento de terra, que descreveu como um "desastre natural sem precedentes".

Enga fica a mais de 600 km da capital do país, Port Moresby.

A Sociedade da Cruz Vermelha da Papua-Nova Guiné disse anteriormente que uma equipe de emergência composta por funcionários do gabinete do governador provincial, polícia, forças de defesa e ONGs locais foi enviada para o local.

O primeiro-ministro James Marape afirmou que o governo central está trabalhando com as autoridades locais para fornecer "trabalho de socorro, recuperação de corpos e reconstrução de infraestrutura".

Mapa indicando localização de Papua-Nova Guiné
Mapa indicando localização de Papua-Nova Guiné
Foto: BBC News Brasil
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