Motorista que atropelou manifestantes em bloqueio bolsonarista vai a júri por 16 tentativas de homicídio

Caso ocorreu em novembro de 2022, em uma rodovia na altura de Mirassol (SP); julgamento acontece nesta quinta-feira, 18

18 set 2025 - 12h56
(atualizado às 13h27)
Resumo
Motorista acusado de atropelar 16 manifestantes em bloqueio bolsonarista na Rodovia Washington Luiz, em 2022, vai a júri popular nesta quinta-feira, 18, em Mirassol (SP).
Professor é acusado de atropelar grupo durante manifestação bolsonarista em rodovia no interior de SP
Professor é acusado de atropelar grupo durante manifestação bolsonarista em rodovia no interior de SP
Foto: Reprodução/Estadão

O professor Israel Lisboa Junior, acusado de atropelar um grupo de manifestantes em um bloqueio bolsonarista na Rodovia Washington Luiz, em Mirassol, no interior de São Paulo, vai a júri popular nesta quinta-feira, 18. O julgamento acontece no Fórum da cidade. 

O caso ocorreu em 2 de novembro de 2022, enquanto um grupo protestava contra o resultado das eleições presidenciais, no qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), ele assumiu o risco de matar ao atropelar 16 pessoas, entre elas, duas crianças e dois policiais militares. 

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Na época, Lisboa Junior alegou que estava seguindo para o Hospital de Base, em São José do Rio Preto, com sua mãe, pois ela estaria passando mal por ter pegado peso. O motorista ainda disse que os manifestantes começaram a bater no vidro, entreaberto, e um deles chegou a segurá-lo, o que o teria assustado e feito acelerar. Ele foi preso em flagrante, mas foi solto algum tempo depois após decisão da Justiça.

Várias das vítimas tiveram fraturas devido às pancadas, e algumas delas relataram em depoimento, conforme o processo, que ninguém se dirigia ao réu no momento do atropelamento. Para encaminhá-lo ao júri, o juiz Marcos Takaoka levou em conta o dolo eventual, já que algumas testemunhas teriam dito que o réu estaria nervoso e, por isso, acelerou em direção à multidão, assumindo o risco de matar. 

"Da mesma forma, assumindo o risco de matar várias pessoas, o réu poderia ter escolhido meio que dificultasse ou impossibilitasse a defesa dos ofendidos, não havendo incompatibilidade, em princípio, entre o dolo eventual e a qualificadora", declarou.

O julgamento começou por volta das 9h e deve seguir por todo o dia. Na sessão, serão ouvidas as vítimas, as testemunhas e o réu. Em seguida, é aberto o debate entre a acusação, o Ministério Público e a defesa. Depois, os sete jurados decidem, em votação secreta e com base nos argumentos, se o réu será condenado ou absolvido.

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O Terra não localizou a defesa de Israel Lisboa Junior até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações. 

Fonte: Portal Terra
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