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CFCs, gases que destroem a camada de ozônio, registram níveis recordes em 2020, mesmo proibidos

Protocolo de Montreal, de 1987, proíbe a emissão direta dos CFCs na atmosfera, mas não sua utilização na produção de produtos químicos, em matérias-primas ou seus subprodutos

3 abr 2023 - 16h17
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Apesar de sua proibição há mais de 35 anos, os clorofluorcarbonos (CFCs), conhecidos por seus efeitos nocivos à camada de ozônio, atingiram níveis recorde em 2020, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira, 3.

Estes gases provocam um poderoso efeito estufa: seu nível de acúmulo de calor é 10.000 vezes maior que o dióxido de carbono, a principal causa do aquecimento global, segundo dados do Global Carbon Project.

Os CFC foram utilizados maciçamente como agentes de resfriamento e dentro de recipientes de aerossóis nas décadas de 1970 e 1980, até serem proibidos em 1987 pelo Protocolo de Montreal, após a descoberta do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida.

Esta abertura está gradualmente sendo coberta, e a agência ambiental da ONU estimou em janeiro que poderia ser preenchida em cerca de quatro décadas.

O estudo da revista Nature Geoscience avalia, a partir da análise de cinco gases CFC entre 2010 e 2020, que ocorreram vazamentos durante a fabricação dos produtos químicos que vão substituí-los, os hidrofluorocarbonetos (HFC).

O Protocolo de Montreal é um tratado que proíbe a emissão direta dos CFCs na atmosfera, mas não sua utilização na produção de produtos químicos, em matérias-primas ou seus subprodutos.

Uma recente emenda ao protocolo já prevê a eliminação dos HFC. No entanto, alguns dados sugerem que sua utilização é ilegal.

Impacto ainda baixo

De acordo com o co-autor do estudo, Luke Western, da Universidade de Bristol e do Laboratório de Vigilância Mundial, até agora as emissões tiveram um impacto modesto na camada de ozônio.

Eles representam o equivalente às emissões de CO2 da Suíça em 2020, ou seja, aproximadamente 1% das emissões totais de gases de efeito estufa dos Estados Unidos. Segundo o estudo, esses dados simbolizam um "alerta precoce".

Em 2018, os cientistas descobriram que o ritmo de queda dos CFCs havia diminuído pela metade, em comparação aos cinco anos anteriores.

Algumas fábricas na China, no entanto, são consideradas responsáveis por um aumento dessas emissões, uma vez identificada a redução nas taxas assim que a produção de CFCs foi interrompida.

O estudo publicado ainda recomenda investigações adicionais para descobrir onde está localizada a fonte exata do aumento das emissões dos clorofluorcarbonos.

Estadão
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