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O que ninguém te conta sobre os impactos da gasolina E30 no motor do carro

Especialista explica quais são os efeitos da nova gasolina E30, que pode ter de 27% a 35% de etanol, no motor de seu carro

27 abr 2025 - 06h04
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Nova gasolina E30 pode cnter de 27% a 35% de etanol
Nova gasolina E30 pode cnter de 27% a 35% de etanol
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Você sabe o que acontece com o motor de seu carro quando abastece com a nova gasolina E30? Para tirar as dúvidas, o Guia do Carro ouviu o especialista Breno Henrique, que é engenheiro mecânico e técnico em mecânica.

Com a recente autorização da ANP para o aumento do teor de etanol na gasolina comum comercializada no Brasil, agora variando entre 27% e 35%, surge a chamada gasolina E30. Embora a proposta tenha como foco principal a redução nas emissões de carbono, existem impactos técnicos importantes no funcionamento dos motores que precisam ser considerados com cautela. Confira a seguir.

Aumento do teor de etanol implica aumento do teor de água no sistema

O etanol hidratado combustível (EHC), utilizado na mistura com a gasolina, é composto por cerca de 93% de etanol anidro e aproximadamente 7% de água, conforme estabelece a Resolução ANP nº 19/2015. Isso significa que, a cada litro de etanol, cerca de 70 ml podem ser de água. Com o aumento da proporção de etanol na gasolina, o volume de água que circula pelos componentes do sistema de combustível também aumenta.

Essa condição pode acelerar processos de corrosão interna em partes como bombas de combustível, bicos injetores, filtros e linhas de alimentação, comprometendo sua durabilidade e desempenho. O efeito é cumulativo, sobretudo em veículos com manutenção preventiva negligenciada.

⁠Componentes importados nem sempre são projetados para esse cenário

Um ponto pouco discutido é que muitos componentes instalados nos veículos vendidos no Brasil são projetados e fabricados em países onde o etanol não é utilizado como combustível. Ou seja, esses componentes podem ser aplicados nos veículos nacionais sem qualquer adaptação técnica específica para lidar com os efeitos do etanol e, especialmente, com o maior teor de água presente na nova mistura.

Breno Henrique, engenheiro mecânico e técnico em mecânica
Breno Henrique, engenheiro mecânico e técnico em mecânica
Foto: Guia do Carro

De acordo com Breno, essa incompatibilidade pode comprometer a vida útil de peças e gerar falhas prematuras, uma vez que não há garantias de que o material ou a tecnologia aplicada nesses componentes seja adequada para operar com essas características físico-químicas do combustível.

Alterações no consumo e desempenho

O etanol possui um poder calorífico inferior ao da gasolina, o que implica em uma redução da eficiência energética do combustível como um todo. Mesmo em veículos com motores flex, é possível observar um aumento no consumo de combustível e, em alguns casos, uma leve perda de desempenho, já que o motor precisa compensar energeticamente a menor densidade energética da mistura.

Veículos antigos e importados são os mais sensíveis

O engenheiro mecânico destaca que modelos anteriores aos anos 2000 e veículos importados, especialmente híbridos a gasolina, estão entre os mais suscetíveis a problemas. “Esses motores foram projetados com base em especificações internacionais que não contemplam a utilização de altos teores de etanol. Nesses casos, o aumento da proporção pode causar corrosão em componentes metálicos, entupimentos no sistema de alimentação e falhas operacionais”, explica.

Devido a todos esses itens, a recomendação de Breno Henrique para proprietários e profissionais do setor são:

  • Reforce os procedimentos de manutenção preventiva, com foco especial na inspeção e substituição periódica de filtros, análise de bicos e bombas de combustível.
  • Prefira abastecer em postos de confiança, com histórico comprovado de qualidade no fornecimento de combustíveis.          
  • Considere o uso de aditivos antioxidantes e anticorrosivos, especialmente em veículos que não foram projetados originalmente para operar com etanol.
  • Para veículos antigos ou importados, a utilização de gasolina premium (com menor percentual de etanol) pode ser uma alternativa técnica mais segura, embora com custo superior.

A gasolina E30 representa um avanço ambiental e atende às diretrizes de transição energética do país. No entanto, sua adoção exige atenção técnica redobrada, tanto por parte dos proprietários quanto dos profissionais da reparação automotiva. “Compreender os impactos dessa nova composição é essencial para preservar a integridade dos componentes do motor e garantir o desempenho ideal dos veículos em circulação”, finaliza Breno.

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