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BYD Dolphin Mini 2026  Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Elétricos crescem no Brasil, mas projeção até 2040 esbarra em limites reais

Estudo aponta alta de 26% ao ano na frota, mas infraestrutura insuficiente, custo, perfil do mercado e narrativa impõem freios ao avanço

Imagem: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
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20 dez 2025 - 06h14
BYD Dolphin GS em Itanhaém (SP)
BYD Dolphin GS em Itanhaém (SP)
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O crescimento dos carros elétricos no Brasil é inegável, mas está longe de ser linear ou garantido. Um estudo setorial aponta que a frota nacional de veículos elétricos pode avançar 26,1% ao ano até 2040, projeção ambiciosa que depende de uma série de condições ainda frágeis no mercado brasileiro.

Os dados atuais ajudam a entender o contraste entre potencial e realidade. Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), o país já soma centenas de milhares de veículos eletrificados em circulação, considerando elétricos puros e híbridos plug-in. A Fenabrave mostra crescimento consistente nos licenciamentos, mas os elétricos ainda representam uma parcela pequena do mercado total, concentrada em grandes centros urbanos e em faixas de renda mais altas.

Um estudo setorial da LCA Consultores considera fatores globais como a queda gradual do custo das baterias e a ampliação da oferta de modelos. No Brasil, porém, a transição tende a ser mais lenta e heterogênea. O peso do etanol, a boa aceitação dos híbridos flex e o custo ainda elevado dos elétricos puros funcionam como amortecedores dessa mudança, especialmente fora das capitais.

O principal gargalo segue sendo a infraestrutura de recarga. A rede pública brasileira ainda é limitada, desigual regionalmente e pouco preparada para um crescimento acelerado da frota. Para sustentar taxas próximas de 25% ao ano até 2040, especialistas apontam a necessidade de investimentos contínuos em carregadores rápidos, reforço da rede elétrica e maior coordenação entre setor automotivo, energia e poder público. Mas quem quer isso?

Na prática, o debate sobre o carro elétrico no Brasil tem sido marcado por uma narrativa que frequentemente superdimensiona seus problemas, tratando limitações atuais como barreiras definitivas. Questões como autonomia, tempo de recarga e impacto na rede elétrica existem, mas tendem a evoluir com o avanço da tecnologia e da infraestrutura.

Em contrapartida, os ganhos do etanol costumam ser inflados nessa mesma narrativa, criando uma oposição simplificada entre soluções que podem coexistir na transição energética. E quando falamos em transição isso significa que existe um caminho que leva aos elétricos puros.

A projeção para 2040, portanto, deve ser lida mais como um cenário possível do que como uma trajetória garantida. O Brasil tem espaço para ampliar a presença dos veículos elétricos, mas o ritmo desse avanço dependerá menos de promessas e mais da capacidade do país de resolver entraves estruturais que ainda limitam o uso do carro elétrico no dia a dia.

Fontes: Relatório Iniciativas e Desafios Estruturantes para Impulsionar a Mobilidade de Baixo Carbono no Brasil até 2040, ABVE e Fenabrave.

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Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro
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