Xarás, Atlético-PR e Atlético-MG têm gestões opostas
Enquanto o time paranaense investe em infraestrutura, o clube mineiro aposta em jogadores
O confronto entre Atlético-PR e Atlético-MG, marcado para este domingo, às 16 horas, na Arena da Baixada, vai pôr em campo dois times com maneiras diferentes de gestões: enquanto a equipe paranaense investe mais em estrutura, a mineira aposta em jogadores caros e forte elenco.
A discussão ganha força por diferentes motivos, favoráveis a cada um. O clube mineiro é atualmente o clube que mais deve ao Governo Federal, com R$ 284 milhões, enquanto o Atlético-PR é o que menos deve entre todos: R$ 170 mil. Porém, os atleticanos de Belo Horizonte festejaram importantes títulos nos últimos anos, como a Copa Libertadores e a Copa do Brasil. Já os paranaenses não levantam uma taça desde 2009, pelo Campeonato Paranaense.
Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão esportiva, elogia e diz que o caminho do Atlético-PR é o mais correto. "Só que isso não fica claro, porque aqui no Brasil não há punição para quem gasta mais do que o que arrecada, como é o caso do Atlético-MG, entre muitos outros", apontou. O consultor ainda fala que, apesar das conquistas, o Atlético-MG não está conseguindo pagar os investimentos para os títulos alcançados recentemente. "Além do que, quanto tempo o clube ficou sem conquistar um importante campeonato?", questionou Somoggi.
Argumento, porém, difícil de utilizar com os torcedores do Atlético-PR, que cobram muito o presidente Mário Celso Petraglia após o péssimo início de temporada, com a eliminação na segunda fase da Copa do Brasil e a disputa do vexatório Torneio da Morte, no Estadual. Com o fraco desempenho, Petraglia decidiu mudar o discurso no início de abril e prometeu radicalizar a postura da gestão para alguns adeptos. "Estamos prontos para montar um grande time. Depois pagar a conta, nós vamos buscar da melhor forma. Não é o que queríamos, mas é o que a torcida quer", declarou o mandatário rubro-negro.
Fato, porém, já descartado pelo próprio Petraglia na última reunião do Conselho Deliberativo, que ocorreu na segunda-feira e foi cercada de confusão, quando Petraglia admitiu adiar o "ano do futebol", prometido no final de 2014, devido aos pagamentos da reforma da Arena da Baixada. Já o ex-presidente Alexandre Kalil, do Atlético-MG, na última coletiva concedida como mandatário do clube, em novembro do ano passado, falou dos investimentos feitos para trazer orgulho novamente aos torcedores. Ronaldinho Gaúcho, maior deles, foi decisivo nesta aposta. "Fico marcado por ter conquistado o maior título do futebol mineiro faltando cinco dias para entregar o mandato. Porém, os primeiros anos foram de dificuldades. Chegamos a lutar duas vezes para não cair", indicou.