Aurora boreal: entenda o que é o fenômeno e onde ele acontece
Um dos fenômenos naturais mais fascinantes do planeta, a aurora boreal nasce da interação entre o vento solar e a atmosfera terrestre, criando espetáculos de luzes no céu
A aurora boreal é um dos fenômenos mais deslumbrantes da natureza - uma dança de luzes coloridas que transforma o céu noturno das regiões polares em um cenário quase mágico. Embora pareça algo sobrenatural, trata-se de um evento físico que combina vento solar, magnetismo e as camadas superiores da atmosfera da Terra.
O que é, afinal, a aurora boreal?
A aurora boreal é um brilho colorido que aparece nas noites das regiões de alta latitude do Hemisfério Norte. Ela surge quando partículas carregadas do Sol - parte do chamado vento solar - guiam-se pelo campo magnético da Terra e colidem com gases da atmosfera, especialmente na termosfera, camada que começa a cerca de 60 km de altitude.
Essas colisões liberam energia em forma de luz, criando arcos, cortinas e ondas luminosas que se movem pelo céu. O oxigênio costuma produzir tons esverdeados e avermelhados; o nitrogênio, azul e violeta. Recebeu este nome por Galileu Galilei em 1619, com inspiração em Aurora, a deusa romana do amanhecer, e "Bóreas", o vento norte.
Como o fenômeno acontece
O Sol está constantemente emitindo plasma: elétrons, prótons e partículas energizadas. Quando esse fluxo chega à Terra, parte desvia-se pelo nosso escudo magnético, mas outra parte é empurrada para os polos. Lá, os elétrons acelerados atravessam o campo magnético e interagem com moléculas e átomos de oxigênio e nitrogênio.
É essa interação que produz o espetáculo dançante das auroras. O fenômeno também está ligado à atividade solar: em períodos de tempestades solares, as cores ficam mais intensas e podem ser vistas até em regiões mais ao sul do que o habitual.
Onde é possível ver a aurora boreal?
Para observar o fenômeno, é preciso estar em lugares muito ao norte, acima do Círculo Polar Ártico (66º33' N). Entre os melhores destinos estão: Islândia, Noruega, Finlândia, Suécia, Canadá, Alasca (EUA), Groenlândia e Sibéria.
Essas regiões formam a chamada "zona auroral", onde a visualização é mais frequente e intensa. A aurora também existe no Hemisfério Sul se chama aurora austral. É visível principalmente na Antártida, Tasmânia, Nova Zelândia e partes da Austrália. No Brasil, infelizmente estamos muito distantes das altas latitudes onde o fenômeno acontece.
Quando ver a aurora
A temporada ideal vai de setembro a início de abril, quando as noites são longas e escuras nas regiões polares. Entre abril e agosto, a luz solar quase constante impede a visualização. Para enxergar a aurora precisa estar de noite, longe de cidades e luzes artificiais, com céu limpo e em uma área com boa atividade solar. Em noites especiais, o céu fica completamente tomado por cortinas verdes, vermelhas e violetas, um dos grandes presentes da natureza.
Embora seja possível estudar, planejar e acompanhar previsões, a aurora boreal continua sendo um fenômeno imprevisível. Algumas pessoas viajam e não conseguem vê-la; outras, por sorte, levantam os olhos no momento certo e testemunham um dos espetáculos mais emocionantes do planeta. O certo é que, quando ela aparece, o mundo parece parar por alguns instantes - e as luzes que dançam no céu deixam uma memória que acompanha para sempre.