'Guerra contra o Irã não acabou', diz Israel, que foca em operação na Faixa de Gaza
Cessar-fogo instável entre Tel Aviv e Teerã começou a se estabelecer nesta terça-feira, 24, enquanto Israel volta a focar em Gaza
Israel declarou que a guerra contra o Irã ainda não acabou, apesar do cessar-fogo, e está focando suas operações militares no Hamas, na Faixa de Gaza.
Autoridades de Israel se manifestaram sobre o conflito contra o Irã à medida em que um cessar-fogo instável começa a se estabelecer entre os países nesta terça-feira, 24. De acordo com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses, Eyal Zamir, a guerra contra o Irã 'ainda não terminou', mas as atividades militares serão concentradas contra 'o Hamas na Faixa de Gaza'.
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A declaração foi feita após Zamir se reunir com os integrantes do colegiado para a avaliação dos 12 dias de campanha armada contra o território iraniano.
"Um capítulo significativo terminou, mas a campanha contra o Irã não acabou. Adiamos o projeto nuclear do Irã em anos, bem como seu projeto de mísseis, mas, apesar da conquista fenomenal, precisamos permanecer em campo. Não há tempo para descansar sobre os louros", declarou o general.
Zamir indicou, também, que as Forças Armadas de Israel aproveitarão a atual fraqueza militar do Irã para pressionar o Hamas por uma rendição: "O foco retorna a Gaza, ao retorno dos sequestrados e ao colapso do regime do Hamas".
A campanha militar na Faixa de Gaza, inclusive, não chegou a cessar durante a operação israelense contra Teerã. Um ataque de drones e de infantaria atingiu dois grupos de palestinos que buscavam por ajuda humanitária. De acordo com o Hamas, 44 pessoas morreram na operação mais recente de Israel.
O governo do Irã, por sua vez, considera que o cessar-fogo é 'uma grande vitória' em uma guerra que, de acordo com o presidente Masoud Pezeshkian, 'o Irã havia terminado com sucesso'.
Pezeshkian teria dito, em ligação com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que o Irã estava pronto para resolver diferenças com os Estados Unidos com base em estruturas internacionais, noticiou a agência oficial do Irã, IRNA.
A expectativa, a partir de então, é pela manutenção da trégua entre Israel e o Irã. Ambos os países levaram horas para reconhecer que aceitaram o acordo de cessar-fogo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter mediado.
Mais cedo nesta terça, o republicano chegou a repreender Tel Aviv e Teerã por acusações de violação do acordo e chegou a direcionar as críticas ao governo de Benjamin Netanyahu sobre a escalada dos ataques, sinalizando que o aliado dos EUA no Oriente Médio deveria 'se acalmar'.
O primeiro dia de cessar-fogo também repercutiu na economia global, com a queda dos preços do petróleo e a recuperação dos mercados de ações ao redor do mundo, demonstrando confiança do mercado na manutenção da paz e que não haveria ameaça de interrupção dos suprimentos de petróleo do Golfo.
*Com informações da Reuters.