Netanyahu volta a falar sobre ocupação total da Faixa de Gaza, mas nega anexação: 'Não queremos'
Em entrevista, premiê afirmou que objetivo é 'eliminar o Hamas' e, eventualmente, transferir o governo do enclave a autoridades árabes
Netanyahu afirmou que Israel pretende ocupar totalmente a Faixa de Gaza para eliminar o Hamas, transferir o governo a autoridades árabes e criar um perímetro de segurança, mas descartou anexação a longo prazo.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou nesta quinta-feira, 7, os planos para tomar o controle de todo o território da Faixa de Gaza. Em entrevista, o premiê israelense afirmou que o objetivo é 'eliminar o Hamas' e, eventualmente, transferir o governo do enclave a autoridades árabes.
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O político, por outro lado, rebateu informações de que planejaria manter a anexação da região da Faixa de Gaza no longo prazo: "Não queremos manter [a Faixa de Gaza]. Nós queremos um perímetro de segurança", disse Netanyahu em entrevista a Bill Hemmer, da emissora Fox News.
A possibilidade de uma ocupação plena do enclave é discutida nesta quinta-feira, 7, em uma reunião entre Netanyahu e seu gabinete de ministros, ainda que contrarie conselho das Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês).
Segundo os militares, a expansão das operações pode colocar em risco os reféns mantidos pelo Hamas, bem como aumentar ainda mais o número de mortes entre civis palestinos.
A discussão se dá, também, em meio ao impasse nas negociações por um cessar-fogo entre Israel e Hamas pela liberação dos reféns. Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, 50 reféns, vivos ou mortos, permanecem presos na Faixa de Gaza.
"Queremos libertar a nós mesmos e ao povo de Gaza do terrível terror do Hamas", disse Netanyahu em um trecho da entrevista, sem fornecer detalhes sobre qualquer operação planejada.
A retomada do território palestino significaria uma das maiores mudanças na política local desde 2005, quando Israel desocupou a região. Netanyahu falou sobre a possibilidade de mudança na estratégia militar na última segunda-feira, 4, conforme divulgado pela imprensa de Israel.
O Hamas, por sua vez, criticou a declaração de Netanyahu, que considerou um 'golpe' às negociações pelo cessar-fogo. De acordo com o grupo, o premiê, com a fala, 'sacrificaria' reféns para ganhos pessoais.

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