Após 'roubo do século', diretora do Louvre quer delegacia no meio do museu mais visitado do mundo
O roubo de joias ocorrido no último domingo (19) no Museu do Louvre foi uma "ferida profunda", declarou nesta quarta-feira (22) a diretora da instituição, Laurence des Cars, durante sua audiência no Senado francês. Foi sua primeira manifestação pública desde o crime. A diretora revelou que apresentou seu pedido de demissão após o que vem sendo chamado pela imprensa francesa de "roubo do século", mas que ele foi recusado.
O roubo de joias ocorrido no último domingo (19) no Museu do Louvre foi uma "ferida profunda", declarou nesta quarta-feira (22) a diretora da instituição, Laurence des Cars, durante sua audiência no Senado francês. Foi sua primeira manifestação pública desde o crime. A diretora revelou que apresentou seu pedido de demissão após o que vem sendo chamado pela imprensa francesa de "roubo do século", mas que ele foi recusado.
"Esse roubo atinge o coração do propósito do museu. Não estou aqui para me esquivar nem para negar a gravidade do ocorrido", afirmou. Laurence des Cars pediu oficialmente a instalação de uma delegacia de polícia dentro do Louvre e admitiu que o sistema de videomonitoramento externo do museu é "muito insuficiente".
A presidente do Museu do Louvre declarou que não houve atraso na implementação do plano de reforço da segurança após o roubo de joias ocorrido no domingo. Em sua primeira fala pública desde o crime, Laurence des Cars afirmou: "Pretendo solicitar ao Ministério do Interior que avalie a possibilidade de instalar uma delegacia de polícia dentro do museu". Ela também garantiu que todos os sistemas de alarme funcionaram corretamente durante o assalto.
Entre as outras medidas de segurança previstas para o curto prazo, Laurence des Cars mencionou a proteção dos arredores imediatos do Louvre, especialmente da via pública."Penso, por exemplo, em dispositivos de afastamento", explicou, com o objetivo de impedir que veículos estacionem ao lado do museu.
Inevitável?
A presidente do museu mais visitado do mundo disse não querer "deixar a impressão de que esse roubo era inevitável". "Desde que assumi o cargo, em setembro de 2021, venho alertando as autoridades, o Parlamento e a imprensa sobre o estado de degradação e obsolescência das instalações e estruturas do Louvre", acrescentou.
O presidente Emmanuel Macron solicitou a aceleração das medidas de segurança no museu, que reabriu três dias após o assalto, durante o qual foram levadas joias avaliadas em € 88 milhões.
Diante dos senadores franceses, a diretora do Louvre tentou explicar como os ladrões conseguiram agir dentro do museu mais visitado do mundo. "Apesar dos nossos esforços e do trabalho diário incansável, fomos derrotados", reconheceu diante da Comissão de Assuntos Culturais.
Já o deputado Alexandre Portier, presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Nacional, anunciou que vai adiar a decisão sobre a criação de uma comissão parlamentar para investigar a proteção do patrimônio francês — proposta que surgiu após o roubo espetacular no Louvre.