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Sob pressão do lobby, Trump assina ordem para acelerar reclassificação da maconha nos EUA

A reclassificação da maconha nos Estados Unidos entrou novamente no centro do debate político e jurídico. Isso porque o presidente Donald Trump assinou ordem executiva, em 18 de abril, exigindo uma mudança rápida na forma como enquadra-se a substância em nível federal. Saiba mais!

24 dez 2025 - 16h03
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A reclassificação da maconha nos Estados Unidos entrou novamente no centro do debate político e jurídico. Isso porque o presidente Donald Trump assinou ordem executiva, em 18 de abril, exigindo uma mudança rápida na forma como enquadra-se a substância em nível federal. Segundo especialistas, a medida tem potencial para redesenhar o cenário da pesquisa científica. Além disso, influenciar o mercado de maconha medicinal e alterar as condições de negócios para empresas do setor. No entanto, o uso da planta continua enquadrado em um regime de forte controle federal, o que limita mudanças imediatas para quem consome produtos derivados de cannabis.

A palavra-chave central nesse debate é reclassificação da maconha. Assim, ela se refere ao processo de mudar a droga de uma categoria mais rígida para outra considerada menos restritiva pela legislação norte-americana sobre substâncias controladas. No entanto, essa alteração não equivale a uma legalização ampla. O que ela faz é redesenhar o modo como órgãos federais, pesquisadores e empresas podem lidar com a cannabis e com os produtos à base de canabinoides, especialmente no campo medicinal.

Ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, em 18 de abril, exige uma mudança rápida na forma como a substância é enquadrada em nível federal – depositphotos.com / thenews2.com
Ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, em 18 de abril, exige uma mudança rápida na forma como a substância é enquadrada em nível federal – depositphotos.com / thenews2.com
Foto: Giro 10

O que é a reclassificação da maconha e por que ela importa?

Nos Estados Unidos, a Lei de Substâncias Controladas organiza drogas em listas que vão da I à V, conforme potencial de abuso e reconhecimento de uso médico. Na prática, a reclassificação da maconha da Lista I para a Lista III significa que a planta deixa de receber tratamento como uma substância sem benefício médico aceito e com alto risco de abuso. Assim, aproxima-se de fármacos com uso terapêutico reconhecido e risco moderado. Portanto, isso cria um ambiente mais favorável à pesquisa clínica e ao desenvolvimento de medicamentos padronizados à base de cannabis.

Com a mudança, a expectativa é de que universidades, centros de pesquisa e laboratórios tenham menos barreiras burocráticas e maior acesso a financiamento para estudos. Ademais, empresas farmacêuticas passam a ter um caminho mais claro para submeter produtos derivados de cannabis à análise da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA). Ou seja, essa abertura tende a fortalecer o segmento de maconha medicinal e de terapias com canabinoides, ainda que sob forte vigilância regulatória.

Reclassificação da maconha torna o uso medicinal legal em todo o país?

A reclassificação não legaliza automaticamente a cannabis em âmbito federal. A maconha permanece classificada como substância controlada, ainda que em uma lista menos rígida, e continua proibida pela legislação nacional, salvo em contextos autorizados. Atualmente, cerca de 40 estados permitem maconha medicinal e parte deles também libera o uso recreativo por adultos, mas essas autorizações valem apenas dentro das fronteiras estaduais, amparadas por leis locais.

Na prática, produtos vendidos em dispensários licenciados pelos estados continuam ilegais sob a ótica federal, a não ser que sejam aprovados pela FDA como medicamentos. A fabricação, distribuição e posse sem amparo legal seguem sujeitas a sanções, embora as penas associadas a uma substância da Lista III tendam a ser menores do que as previstas para drogas da Lista I. Questões como transporte interestadual e porte em aeroportos ou voos domésticos seguem vinculadas à proibição federal, o que mantém um cenário de incerteza para consumidores e empresas.

  • Leis estaduais permitem o comércio em parte do país.
  • A lei federal ainda classifica a cannabis como substância controlada.
  • Autorização medicinal ampla depende de aprovação da FDA.
  • Transporte entre estados continua proibido.

Quais são os impactos econômicos e no mercado de maconha?

Do ponto de vista econômico, a reclassificação da maconha pode aliviar parte da carga tributária que hoje recai sobre empresas do setor, tratadas pelo governo federal como traficantes de drogas para fins fiscais. Esse enquadramento limita o acesso a serviços bancários tradicionais, encarece operações e reduz margens de lucro. Com a mudança de lista, especialistas avaliam que alguns desses entraves tributários podem ser atenuados, abrindo espaço para uma estrutura de custos mais previsível.

Essa alteração pode refletir em queda gradual de preços da maconha legalizada em estados que permitem o comércio, caso as empresas repassem a economia tributária aos consumidores. No entanto, o chamado mercado ilegal, muitas vezes com valores inferiores aos praticados em dispensários, tende a permanecer. A expectativa de especialistas é que o comércio não regulamentado só perca força quando o preço da cannabis vendida em pontos licenciados se aproximar do praticado nas ruas e quando a regulação nacional for mais uniforme.

  1. Redução potencial de impostos federais sobre negócios do setor.
  2. Melhor acesso a investimentos e serviços financeiros.
  3. Possível queda gradual dos preços ao consumidor.
  4. Persistência do mercado clandestino enquanto houver diferença relevante de preço.

Quais são os riscos à saúde associados ao uso de maconha?

Mesmo com o avanço da maconha medicinal, estudos apontam riscos relevantes para a saúde, especialmente no uso frequente ou em altas doses. Produtos como gomas, óleos para vaporização, tinturas e concentrados podem causar tonturas, desconfortos gastrointestinais e alterações no estado cognitivo. Pesquisas recentes também associam o uso de cannabis a impactos na saúde mental, no sistema cardiovascular e na função pulmonar, além de possível aumento de risco para diabetes tipo 2.

A cannabis interage com diversos medicamentos prescritos e de venda livre, incluindo anticoagulantes, ansiolíticos, antidepressivos, remédios para dormir e anticonvulsivantes. Isso torna o uso mais delicado em pessoas com doenças cardíacas, histórico de ansiedade, depressão ou psicose, além de idosos, devido ao risco de quedas e interações medicamentosas. Gestantes, lactantes, crianças e adolescentes são grupos para os quais os riscos são considerados maiores, pois há evidências de impactos no desenvolvimento neurológico e em outros sistemas do organismo.

Apesar desses pontos de atenção, há usos terapêuticos reconhecidos em vários estados para condições como dor crônica, esclerose múltipla, doença de Parkinson, câncer, glaucoma, colite ulcerativa, doença de Crohn e anemia falciforme, entre outras. A reclassificação pode ampliar a produção de evidências científicas sobre eficácia, dosagem e segurança em diferentes contextos clínicos.

Mesmo com o avanço da maconha medicinal, estudos apontam riscos relevantes para a saúde, especialmente no uso frequente ou em altas doses – depositphotos.com / VadimVasenin
Mesmo com o avanço da maconha medicinal, estudos apontam riscos relevantes para a saúde, especialmente no uso frequente ou em altas doses – depositphotos.com / VadimVasenin
Foto: Giro 10

O que pode acontecer a partir de agora com a reclassificação da maconha?

A medida assinada por Trump tende a estimular debates em assembleias estaduais e no Congresso sobre uma eventual revisão mais ampla da política de drogas em relação à cannabis. Alguns estados podem se sentir encorajados a expandir programas de maconha medicinal ou a autorizar o uso recreativo, entendendo que o governo federal deu um passo no sentido de abrandar a proibição. Em paralelo, grupos contrários à mudança, como organizações que defendem políticas mais rígidas, já indicaram a possibilidade de contestar judicialmente a reclassificação.

Nos próximos anos, a combinação de novas pesquisas, decisões judiciais e movimentações legislativas deve definir se a reclassificação da maconha será apenas um ajuste técnico ou se marcará o início de uma reformulação mais profunda na forma como a sociedade norte-americana lida com a cannabis, tanto no campo da saúde quanto no ambiente econômico e regulatório.

Giro 10
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