França, Alemanha e outros 12 países condenam anúncio de novos assentamentos de Israel na Cisjordânia
Quatorze países, incluindo França, Alemanha, Reino Unido, Canadá e Japão, condenaram na noite desta quarta-feira (24) a recente aprovação de novos assentamentos israelenses na Cisjordânia. O grupo pediu para o governo de Israel reverter a decisão e a "cessar a expansão dos assentamentos".
"Nós, representantes da Alemanha, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Irlanda, Islândia, Japão, Malta, Holanda, Noruega e Reino Unido, condenamos a aprovação, pelo gabinete de segurança do governo israelense, do estabelecimento de 19 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada", segundo uma declaração conjunta divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da França. "Reiteramos nossa clara oposição a qualquer forma de anexação e ao desenvolvimento da política de assentamentos", acrescentou a declaração.
As autoridades israelenses anunciaram no domingo que aprovaram a construção de 19 assentamentos na Cisjordânia, uma medida que, segundo elas, visa "impedir o estabelecimento de um Estado palestino terrorista", em meio à intensificação da atividade de assentamentos desde 7 de outubro.
Países denunciam violação do direito internacional
Em sua declaração, os países reiteraram que essa ação unilateral constitui "uma violação do direito internacional". "Esta ação põe em risco a implementação do plano de paz para Gaza, mesmo com os esforços em curso para avançar para a segunda fase (desse plano), e prejudica as perspectivas de paz e segurança duradouras em toda a região", acrescentaram.
"Fazemos um apelo a Israel para que reverta esta decisão e cesse a expansão dos assentamentos, em conformidade com a Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU", escreveram, acrescentando que estão "determinados a apoiar o direito dos palestinos à autodeterminação". Estes países reiteram o seu "compromisso inabalável com uma paz abrangente, justa e duradoura, baseada na solução de dois Estados, em que dois Estados democráticos, Israel e Palestina, vivam lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras seguras e reconhecidas".
A atividade de assentamentos tem continuado sob todos os governos israelenses, tanto de esquerda quanto de direita, desde 1967, e intensificou-se na gestão de Benjamin Netanyahu, em especial após o início da guerra em Gaza. O conflito iniciou em 7 de outubro de 2023, com o ataque do movimento islâmico palestino Hamas contra Israel.
Além de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, mais de 500 mil israelenses vivem atualmente na Cisjordânia, em assentamentos que a ONU considera ilegais segundo o direito internacional, juntamente com cerca de 3 milhões de palestinos.
Com AFP