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Brigitte Bardot: ícone da liberdade ou defensora do conservadorismo?

Com a morte de Brigitte Bardot neste fim de semana, aos 91 anos, a França relembra as diferentes facetas da atriz, inclusive as mais polêmicas, ilustradas por uma série de declarações controversas que marcaram boa parte de sua vida.

29 dez 2025 - 14h36
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Mesmo sendo vista como um símbolo da liberação sexual, a atriz de "E Deus Criou a Mulher" mostrou-se várias vezes bastante conservadora, com posições que não agradaram muitas feministas. Como em 1973, quando disse, em forma de elogio, que "uma mulher deve se manter mulher antes de tudo".

Imagem de Brigitte Bardot, em 2001.
Imagem de Brigitte Bardot, em 2001.
Foto: © Radu Sigheti / Reuters / RFI

"Que uma mulher deseje se libertar e não suportar mais a opressão do homem, vivendo e ganhando a vida sem depender de ninguém, isso é muito bom e eu sou a favor. Mas, ao quererem se libertar demais para se tornarem iguais aos homens, as mulheres se tornarão cada vez mais infelizes, pois não fomos feitas para levar a vida de um homem. Uma mulher é, acima de tudo, um ser doce e vulnerável", afirmou Bardot.

Nos anos 1980, quando a prefeitura de Saint-Tropez decidiu proibir a presença de cachorros na praia, a atriz também reagiu, com uma declaração que não escondia uma dose de homofobia: "A indecência, o exibicionismo, o vício, o dinheiro e a homossexualidade tornaram-se os símbolos tristes e degradantes da cidade", disse ela.

Contra a cirurgia plástica

Bardot também tinha consciência de sua imagem de símbolo de beleza, mas também das limitações que isso representava. "Eu sabia que minha carreira se baseava exclusivamente na minha aparência física", disse ela, em 1978, explicando que preferiu deixar o cinema enquanto ainda podia. "Eu quero envelhecer tranquilamente. Não farei nada para corrigir meu rosto nem repuxar a minha pele", defendia.

As declarações em defesa dos animais também deram o que falar. Em 1994, ela mandou um recado à atriz italiana Sophia Loren sobre o uso de casacos de pele que, para a francesa, era como "carregar um cemitério nas costas".

Apesar de ser abertamente próxima ao partido de extrema-direita francês Reunião Nacional (RN) e já ter apoiado o ex-líder da legenda, Jean-Marie Le Pen, Bardot, que foi casada durante anos com Bernard d'Ormale, um aliado de Le Pen, evitava falar de política quando o assunto não dizia respeito à proteção dos animais.

Mas isso não a impediu de fazer algumas de suas declarações mais polêmicas justamente sobre temas políticos, como em 2014, ao se posicionar a favor da líder da extrema-direita francesa: "Gosto muito da Marine (Le Pen). Não tenho por que esconder isso", disse ela, defendendo a candidata à presidência várias vezes por sua vontade de "retomar o controle da França, restabelecer as fronteiras e dar novamente a prioridade aos franceses".

Imprensa francesa mostra contradições de Bardot

O site do jornal Le Monde lembrou esses 30 anos de simpatia pela extrema-direita. O texto recorda que BB foi cinco vezes condenada por declarações racistas e é considerada uma exceção na cultura francesa, como a única estrela que assumidamente defendia a extrema-direita.

Já o jornal Libération se concentrou em sua militância da causa animal, que segue viva na Fundação Brigitte Bardot: "Nesse aspecto, ela estava à frente de seu tempo, em uma época em que ninguém na França falava de temas como abandono de animais de companhia, tráfico de marfim, massacre de filhotes de foca, caça e o abate de animais, especialmente segundo o rito halal".

Para o editorial do Le Parisien, Bardot foi de fato a definição de "icônica". Apesar de os mais jovens lembrarem das últimas décadas de sua vida, marcadas por engajamentos políticos extremos e declarações polêmicas, por seu cotidiano misantropo, reclusa em sua residência de La Madrague, onde às vezes disparava críticas contra o cinema, o Festival de Cannes e a sociedade. "Os mais velhos jamais esquecerão a sensação dos anos 1960, a incrível cantora de sucessos feitos sob medida, que enlouqueceu multidões e chocou até o Vaticano", aponta o Parisien.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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