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Estados Unidos

Tombstone, no Arizona (EUA), é declarada "Cidade da Segunda Emenda"

14 jan 2017 - 10h02
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A pequena cidade de Tombstone, no Arizona, onde o tempo parece ter parado e seus habitantes revivem a cada dia os tempos o velho Oeste, foi proclamada nesta semana por suas autoridades "A Cidade da Segunda Emenda" (da Constituição dos Estados Unidos).

Imortalizada em histórias e filmes de faroeste, a histórica cidade, fundada em 1879 e que fica perto da fronteira com o México, tem 1.400 habitantes e vive principalmente do turismo.

Em Tombstone - que em português significa "lápide" -, não é incomum ver nas ruas moradores andando a cavalo e vestindo roupas do velho Oeste.

Sob o intenso sol do deserto do Arizona, muitos dos habitantes da "cidade mais dura para morrer" recriam os tiroteios, duelos e brigas daquela época, para a diversão dos cerca de 400 mil turistas que recebe a cada ano, e como se viu no filme "Tombstone - A Justiça Está Chegando" (1993), com Kurt Russell e Sam Elliot.

A cidade, que se orgulha de ser um símbolo do direito ao porte de armas de fogo, tal como consagra a Segunda Emenda da Constituição, tem grande parte de sua história escrita à base de pólvora e tiros.

Fundada como um povoado minerador e localizada próxima a uma grande mina de prata, Tombstone tem como seu maior herói o garimpeiro Ed Schieffelin, que um dia perguntou a um soldado quais riquezas poderia encontrar do outro lado das montanhas de Huachuca, e este lhe respondeu que só encontraria sua lápide.

Schieffelin ignorou a advertência e, em 1878, após enfrentar os índios apaches nativos da região, chegou ao local e descobriu uma jazida de prata, que batizou exatamente com o nome de Tombstone.

Em 1886, um incêndio praticamente acabou com o povoado e afetou a exploração mineral, um desastre que se agravou com a frequente presença de bandidos, como os irmãos Clanton, transformando o lugar em uma cidade fantasma.

Tombstone também teria sido o local onde foi disputada a mais longa partida de pôquer, que segundo os historiadores durou oito anos.

"Queremos que as pessoas em todo o país saibam que Tombstone, um dos povoados pioneiros do Velho Oeste, está tomando a iniciativa", disse à Agência Efe Dusty Escapule, prefeito da cidade.

Como é lógico, o prefeito considera que o direito ao porte de armas foi e ainda é "crucial" para a história da cidade. Não só pelas recriações dos tiroteios, mas também porque grande parte de seus habitantes anda armada.

Para Escapule, os moradores das comunidades rurais devem ter o direito de se proteger, ainda mais os que vivem perto da fronteira.

"Temos traficantes passando por nossas propriedades, alguns moradores não se sentem seguros", afirmou.

O prefeito assegurou ainda que a maioria dos habitantes apoiou a moção e até o momento só recebeu bons comentários.

Uma delas é Beth Miller, que explicou à Efe que, afinal de contas, a história de Tombstone está ligada às armas de fogo.

"Faz parte da tradição familiar ter uma arma em casa", disse. E, de fato, o brasão da cidade mostra duas pistolas cruzadas.

"O passado não quer dizer que a cidade seja violenta. Pelo contrário, é um povo amigável que gosta compartilhar sua história", enfatizou a mulher.

"A cidade já se reinventou várias vezes, por isso continuamos aqui", concluiu Beth.

EFE   
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