Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Argentina tem lagoas de micróbios que intrigam a ciência

No extremo noroeste da Argentina, em meio ao cenário árido da Puna do Atacama, encontram-se as enigmáticas lagoas de micróbios. Entenda como isso é possível.

13 nov 2025 - 14h30
Compartilhar
Exibir comentários

No extremo noroeste da Argentina, em meio ao cenário árido da Puna do Atacama, encontram-se as enigmáticas lagoas de micróbios. Essas formações aquáticas, localizadas em altitudes superiores a 3.000 metros, chamam a atenção tanto pela aparência peculiar quanto pela importância científica. Elas surgem em regiões de extremo isolamento, onde as condições ambientais parecem inóspitas à maioria das formas de vida.

Nessas lagoas, é possível encontrar comunidades microbianas altamente adaptadas, capazes de sobreviver a elevadas concentrações de sal, temperaturas negativas e radiação solar intensa. A resistência desses microrganismos reflete adaptações evolutivas únicas, transformando as lagoas de micróbios em laboratórios naturais sobre a vida em condições extremas.

As lagoas microbianas se formam principalmente em depressões do solo, onde a água proveniente do degelo de neve ou de fontes termais se acumula – Pixabay
As lagoas microbianas se formam principalmente em depressões do solo, onde a água proveniente do degelo de neve ou de fontes termais se acumula – Pixabay
Foto: Giro 10

Como surgem as lagoas de micróbios na Puna do Atacama?

As lagoas microbianas se formam principalmente em depressões do solo, onde a água proveniente do degelo de neve ou de fontes termais se acumula. O intenso processo de evaporação, típico da Puna do Atacama, provoca o aumento da salinidade da água, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de comunidades de microrganismos chamados extremófilos. Esses organismos conseguem prosperar onde poucos outros conseguiriam sobreviver.

Além da água e do sal, elementos químicos como enxofre, magnésio e potássio enriquecem essas lagoas. A coloração vibrante, por vezes azulada, esverdeada ou amarelada, resulta da presença de diferentes tipos de micróbios, incluindo cianobactérias e algas microscópicas. Estas comunidades formam tapetes microbianos, também conhecidos como esteiras ou mats, que modificam constantemente o ambiente ao seu redor.

Por que as lagoas de micróbios são importantes para a ciência?

Os estudos sobre essas lagoas microbianas ganham relevância global especialmente pelo potencial de oferecer pistas sobre a origem da vida na Terra e a possibilidade de vida em outros planetas. Por suportarem condições similares às encontradas em Marte ou em algumas luas do Sistema Solar, os dados obtidos ali colaboram diretamente com pesquisas da astrobiologia.

  • Modelo sobre a evolução da vida: Os microrganismos dessas lagoas podem se assemelhar aos primeiros seres vivos do planeta, lançando luz sobre processos ancestrais de adaptação e sobrevivência.
  • Fontes de conhecimentos biotecnológicos: Compostos produzidos por esses micróbios têm potencial para uso em indústrias farmacêutica e energética, dada sua resistência química e capacidade de sintetizar substâncias em ambientes tóxicos.
  • Pesquisas em ambientes extremos: Os trabalhos desenvolvidos nessas áreas ajudam a entender como a vida pode persistir sob radiação elevada, escassez de nutrientes e outros fatores extremos.

Quais são os principais desafios para a preservação das lagoas de micróbios?

A vulnerabilidade desse ecossistema gera preocupação entre pesquisadores e ambientalistas. A ação humana, principalmente mineração de lítio e turismo não controlado, pode alterar o delicado equilíbrio físico-químico das lagoas. A introdução de poluentes e a retirada desordenada de recursos naturais representam ameaças reais para a continuidade dessas comunidades microbianas.

Por outro lado, a própria localização remota atua como um fator de proteção. A dificuldade de acesso limita a presença humana, mas não elimina os riscos a longo prazo. Algumas iniciativas locais de monitoramento e restrição de acesso vêm sendo implementadas para garantir a sobrevivência dessas lagoas singulares.

Nessas lagoas, é possível encontrar comunidades microbianas altamente adaptadas, capazes de sobreviver a elevadas concentrações de sal, temperaturas negativas e radiação solar intensa – Pixabay
Nessas lagoas, é possível encontrar comunidades microbianas altamente adaptadas, capazes de sobreviver a elevadas concentrações de sal, temperaturas negativas e radiação solar intensa – Pixabay
Foto: Giro 10

Como visitar e respeitar as lagoas microbianas da região?

Caso haja interesse em conhecer as lagoas de micróbios da Puna do Atacama, é fundamental adotar práticas responsáveis. Recomenda-se buscar orientações junto a guias autorizados e respeitar os limites estabelecidos pelas autoridades ambientais. Ao circular pela região, evita-se o contato direto com as margens ou a coleta de amostras, protegendo assim um patrimônio biológico de valor incalculável para a humanidade.

  • Informar-se previamente sobre as normas de visitação;
  • Evitar descartar lixo ou resíduos nas proximidades;
  • Participar de atividades educativas sobre a importância das lagoas;
  • Contribuir com projetos de conservação, quando possível.

O estudo e a preservação das lagoas de micróbios na Puna do Atacama seguem como um desafio atual, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades notáveis para a ciência e para a compreensão dos limites da vida no planeta. Zelar por esses ambientes garante que continuem contribuindo com avanços científicos e com a biodiversidade local das próximas gerações.

Giro 10
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade