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Grupos de K-pop são afetados por tensões políticas entre China, Coreia do Sul e Japão

A música pop sul-coreana está no centro, ainda que involuntariamente, das tensões políticas na Ásia. Embora o gênero seja extremamente popular no continente, estrelas e grupos musicais são afetados pelas disputas entre China, Coreia do Sul e Japão. O gênero K-pop mira o imenso mercado chinês, enquanto Pequim permite algumas tímidas aberturas.

23 dez 2025 - 16h42
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Célio Fioretti, correspondente da RFI em Seul

O grupo de K-pop Le Sserafim durante um evento promocional do seu quinto miniálbum Hot, em Seul, a 14 de março de 2025.
O grupo de K-pop Le Sserafim durante um evento promocional do seu quinto miniálbum Hot, em Seul, a 14 de março de 2025.
Foto: © ImaZins via Getty Images - The Chosunilbo JNS / RFI

À primeira vista, poderia parecer que o meio musical nada tem a ver com questões geopolíticas, como a escalada militar entre China e Japão em torno de Taiwan. No entanto, desde o início da crise entre Pequim e Tóquio, o repúdio chinês a tudo o que é japonês também atingiu o K-pop. 

Desde que o gênero se globalizou, muitos grupos de música pop sul-coreana passaram a incluir membros japoneses. Para fãs chineses, isso é motivo suficiente para convocar boicotes a eventos organizados no país. Vários encontros com fãs e sessões de autógrafos foram cancelados devido à pressão de um movimento de boicote a artistas japoneses — inclusive dentro do K-pop — surgido nas redes sociais. 

Um dos grupos mais populares do momento, Le Sserafim, precisou cancelar um encontro com fãs em Xangai. Nenhuma razão oficial foi divulgada, mas a presença de duas cantoras japonesas no grupo alimentou a indignação do público chinês. Do lado japonês, a integrante chinesa do grupo coreano Aespa recebeu uma enxurrada de ataques do público japonês. 

C-pop contra K-pop 

O mercado chinês representa um potencial enorme para o K-pop. No entanto, continua extraoficialmente fechado à música coreana pelo governo chinês. As autoridades querem que os chineses consumam prioritariamente produtos locais, inclusive musicais, favorecendo assim a ascensão da C-pop, equivalente chinês da K-pop. 

Mas são razões políticas que impedem a entrada do K-pop na China. Desde o envio, em 2016, de mísseis americanos à Coreia do Sul, Pequim adotou uma proibição tácita à importação de produtos culturais coreanos, bloqueando inclusive a realização de shows de grupos sul-coreanos em território chinês. 

Apesar dessas restrições, a China ainda representava cerca de um quarto das exportações do K-pop. Esses números confirmam o enorme interesse do mercado chinês pela música coreana, caso ele se abra oficialmente. A Coreia do Sul, portanto, continua seus esforços para conquistar esse público. O presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, tenta atualmente se reaproximar de seu vizinho. Resta saber se essas tentativas darão resultado. 

Novas parcerias entre China e Coreia do Sul 

No fim de outubro de 2025, representantes das grandes gravadoras de pop coreano se reuniram com o presidente chinês, Xi Jinping, na esperança de finalmente destravar o mercado chinês. Nada foi prometido por Pequim, mas parcerias começaram a surgir. Um grupo audiovisual coreano e os meios de comunicação estatais chineses assinaram um acordo para transmitir programas culturais coreanos na China, incluindo shows musicais. 

O interesse pela K-pop também cresce entre investidores chineses. Em 2025, o grupo chinês Tencent adquiriu 10% das ações da gravadora sul-coreana SM Entertainment, uma das gigantes do setor, responsável por grupos como Aespa e NCT. Apesar das tensões, as portas da China começam a se abrir, ainda que timidamente, para o K-pop. 

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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