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Após vitória de Milei, apoiadores abandonam alegações falsas de fraude eleitoral

21 nov 2023 - 16h04
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Apoiadores do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, abandonaram as alegações de fraude eleitoral após a confirmação da vitória do candidato de extrema-direita, no último domingo (19).

No primeiro turno, ocorrido no dia 22 de outubro, circularam nas redes conteúdos falsos, denunciando supostas irregularidades na votação. O movimento não se repetiu no segundo turno:

  • Nas ferramentas de monitoramento do Aos Fatos, por exemplo, apareceram publicações que resgatavam as falsas denúncias do primeiro turno; também apareceu a notícia, divulgada na imprensa argentina, de que foram encontradas cédulas forjadas de Massa e Milei no dia do pleito;
  • Organizações de checagem de fatos da Argentina, como o Chequeado e o Reverso, publicaram apenas um desmentido sobre o assunto: no dia do pleito, circularam imagens das cédulas de Milei com os números do partido recortados, o que seria uma tentativa de anular os votos do candidato. A legislação argentina, no entanto, considera as cédulas sem números como votos válidos;
  • Não há declarações de Milei alegando fraude eleitoral após o resultado de domingo (19). Ao fim da votação, seu partido reconheceu que não houve irregularidades e disse que a eleição foi marcada por transparência.

Também têm viralizado publicações que alegam que não houve fraude nas eleições argentinas porque lá a votação é feita por cédulas de papel (veja abaixo). Essas publicações contradizem alegações que os apoiadores de Milei — e o próprio candidato — compartilharam após o primeiro turno, como imagens e vídeos de cédulas rasgadas ou rasuradas e supostos votos jogados no lixo. Fraudes que só poderiam existir por causa do processo de votação, que inclui recortar cédulas com uma tesoura, colocá-las num envelope e, depois, inserir numa urna de papelão.

Trecho de reportagem da Record circula junto de legenda que diz que ‘na Argentina o sistema eleitoral segue em cédulas como maioria dos países evoluídos’
Trecho de reportagem da Record circula junto de legenda que diz que ‘na Argentina o sistema eleitoral segue em cédulas como maioria dos países evoluídos’
Foto: Aos Fatos

Papel. Publicações alegam que não houve fraude porque sistema de votação argentino envolve cédulas impressas (Reprodução/Instagram)

O cenário é diferente do que ocorreu no Brasil em 2018: após a vitória de Jair Bolsonaro (PL), peças enganosas continuavam a sugerir que as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral teriam prejudicado o candidato vencedor.

Na Argentina, no entanto, esse discurso só apareceu após o primeiro turno, quando o candidato governista Sergio Massa terminou na frente de Milei. Naquele momento, o próprio candidato lançou dúvidas sobre o processo eleitoral depois do resultado do primeiro turno. Em entrevista ao peruano Jaime Bayly no dia 7 de setembro, por exemplo, Milei disse que houve irregularidades que "colocaram o resultado em dúvida".

No dia 16 de novembro, faltando menos de uma semana para o segundo turno, a campanha de Milei alegou, sem apresentar provas, que agentes de segurança teriam alterado os votos para favorecer Massa no primeiro turno. Um dia depois, no entanto, o advogado do partido A Liberdade Avança, Santiago Viola, voltou atrás e negou que fosse uma denúncia, mas apenas um alerta para que tomassem cuidado na transferência das urnas.

Alguns influenciadores e usuários apoiadores de Milei já preparavam o discurso de fraude em caso de derrota. Allan dos Santos, por exemplo, publicou em seu Locals — rede social que funciona por meio de comunidades geridas pelos influencidadores — que o candidato de direita não teria chances porque o sistema, ligado ao Foro de São Paulo, não permitiria sua vitória.

As pesquisas eleitorais mostravam uma disputa acirrada entre Massa e Milei, mas a Atlas Intel, que acertou o placar das primárias e do primeiro turno, apontava que o candidato de direita seria o vencedor. No último domingo, Milei conseguiu 14,4 milhões de votos válidos (cerca de 55,5%), enquanto o governista terminou com 11,5 milhões de votos (cerca de 44,3%).

Aos Fatos
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