Alckmin empossa delegados e pede mais rigor com jovens infratores
8 ago2012 - 13h14
(atualizado às 13h25)
Compartilhar
Hermano Freitas
Direto de São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu no início da tarde desta quarta-feira leis mais rígidas contra crianças e adolescentes infratores. Segundo o governador, é inaceitável que jovens com mais de 20 anos convivam com adolescentes na Fundação Casa. Alckmin reivindicou legislação criminal mais dura ao empossar os 200 novos delegados de polícia.
Polícia Civil realiza reconstituição do caso que matou o publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39 anos
Foto: Vagner Campos / Terra
"Encaminhei ao Congresso, ainda na primeira gestão como governador, um ofício em que pedia pena máxima de oito anos ao invés de três para jovens infratores que praticam crime muito grave", declarou Alckmin. Ele defendeu ainda que os jovens que ultrapassaram 18 anos deveriam ser encaminhados para alas separadas de unidades prisionais. Questionado sobre a saturação do sistema penitenciário, o governador afirmou que o Estado está "ampliando a capacidade".
O evento, que atraiu mais de mil pessoas ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, serviu para que outras autoridades de segurança pública comentassem o atual patamar da criminalidade do Estado. Segundo o titular da pasta, Antônio Ferreira Pinto, o governo ataca o crime liberando mais policiais civis para a investigação ao extinguir delegacias como a de registros gerais.
Confrontado com os recentes casos de violência praticada por policiais militares, minimizou, comparando os casos atuais - como o da morte de um publicitário - com crises passadas. "A Polícia Militar superou a favela Naval e superou o Carandiru", disse. Ferreira Pinto lembrou de torturas e mortes cometidos por policiais militares na década de 1990 em uma comunidade pobre de Diadema, além do massacre que deixou 111 mortos no então maior presídio do País.
Polícia Civil realiza reconstituição do caso que matou o publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39 anos
Foto: Vagner Campos / Terra
Aquino morreu após ser atingido por disparos, depois de ser perseguido por policiais, no dia 18 de julho
Foto: Vagner Campos / Terra
A região onde ocorreu o assassinato está isolada para não atrapalhar o trabalho dos peritos
Foto: Vagner Campos / Terra
A reconstituição iniciou pouco antes das 21h
Foto: Vagner Campos / Terra
Os três policiais militares acusados pela morte de Aquino, que estão presos, participam da reconstituição após uma autorização judicial
Foto: Vagner Campos / Terra
Nesta quinta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu habeas-corpus aos PMs
Foto: Vagner Campos / Terra
Apesar da decisão, o cabo Adriano Costa da Silva, 26 anos, e os soldados Luiz Gustavo Teixeira Garcia, 27 anos, e Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos, seguem presos, já que a soltura foi concedida pela Justiça comum, e não pela militar
Foto: Vagner Campos / Terra
Ricardo Prudente Aquino foi assassinado no último dia 18
Foto: Vagner Campos / Terra
Segundo a versão da Polícia Militar, ele fugiu de uma blitz, iniciando uma perseguição de cerca de 10 minutos
Foto: Vagner Campos / Terra
Aquino só parou depois que os três policiais acusados fecharam, com a viatura da Força Tática, a passagem do carro da vítima na avenida das Corujas, em Vila Madalena. Por causa da fechada, os veículos chegaram a colidir
Foto: Vagner Campos / Terra
Em seguida, os PMs fizeram oito disparos contra o carro, sendo que dois acertaram o lado esquerdo da cabeça do publicitário
Foto: Vagner Campos / Terra
Aquino chegou a ser socorrido para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos
Foto: Vagner Campos / Terra
Os policiais foram autuados em flagrante por homicídio doloso (quando há intenção de matar)