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Marcas chinesas dominam o Salão do Automóvel de São Paulo 2025

Tradicionalmente reconhecido como o maior evento da indústria automotiva brasileira, Salão do Automóvel terá nove marcas chinesas entre as 25 confirmadas

24 nov 2025 - 11h04
(atualizado em 24/11/2025 às 11h10)
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O 31º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que acontece entre 22 e 30 de novembro no Distrito Anhembi, volta após sete anos de hiato, desde a última edição em 2018. Apontado como "o maior encontro da indústria automotiva da América Latina", pela organizadora Reed Exhibitions (RX), o evento terá a participação de nove marcas chinesas dentre as 25 confirmadas.

Para o diretor executivo e fundador da K.Lume Consultoria, Milad Neto, será um Salão fundamentalmente composto por marcas chinesas, que em sua maioria estão iniciando suas atividades este ano. Dessa forma o evento cumprirá o papel de aproximar o público dessas montadoras recém chegadas.

Origem das 25 marcas que vão estar no Salão do Automóvel 2025:

  • China: BYD, Denza (marca de luxo da BYD), GWM, CAOA Chery, CAOA Changan, GAC Motor, Geely, Leapmotor e Omoda & Jaecoo
  • Coréia: Hyundai e Kia
  • Japão: Honda, Toyota, Lexus (marca de luxo da Toyota), Mitsubishi e Suzuki
  • França: Peugeot, Renault e Citroën
  • Itália: Fiat e Vespa
  • EUA: Jeep e RAM
  • Reino Unido: MG Motors
  • Brasil: Lecar

"Elas precisam criar um vínculo com o público, não só em relação ao carro apresentado, mas também com a imagem da própria marca. Diferentemente de uma Volkswagen — em que imediatamente você imagina e reconhece ao pensar no 'V' e no 'W' dentro de um círculo —, isso não acontece com uma BYD. Primeiro, você apresenta o produto; depois, com a imagem fortalecida, é possível focar na marca, sem necessidade de falar sempre do produto, exceto em lançamentos", explica o fundador da K.Lume Consultoria.

Com 65 anos de história, o Salão do Automóvel de São Paulo sempre foi tratado como um grande momento para celebrar a indústria automotiva brasileira, sendo o local no qual as marcas expõem seus principais lançamentos.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participa da cerimônia de abertura do Salão Internacional do Automóvel 2025 no pavilhão de convenções do Anhembi, em São Paulo.
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participa da cerimônia de abertura do Salão Internacional do Automóvel 2025 no pavilhão de convenções do Anhembi, em São Paulo.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

Durante a cerimônia de abertura do Salão do Automóvel de São Paulo realizada na noite desta quinta-feira (20) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o Salão será um sucesso de público e que é o tipo de evento "que o povo gosta".

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participa da cerimônia de abertura do Salão Internacional do Automóvel 2025.
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participa da cerimônia de abertura do Salão Internacional do Automóvel 2025.
Foto: Taba Benedicto/ Estadão / Estadão

"Eu quero agradecer a Anfavea por estar outra vez trazendo de volta o Salão do Automóvel, uma coisa que eu tenho noção que o povo gosta e eu também tenho noção que vocês vão ter um sucesso extraordinário, porque vai vir muita gente visitar a feira do automóvel", disse Lula em seu discurso oficial na Cerimônia de Abertura.

O Presidente da República também fez uma ligeira crítica aos preços dos ingressos para o Salão. "O preço está um pouquinho caro, não sei se vocês vão fazer um 'Bolsa Salão do Automóvel' para que as pessoas mais humildes possam vir", afirmou.

A realização do evento é desde a sua concepção focada na indústria brasileira, tendo em vista a importância de dois grandes patrocinadores: a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a Prefeitura de São Paulo. Contudo, neste ano muitas das marcas que participam do evento não são associadas à Anfavea.

Quais das 25 marcas que vão estar no Salão do Automóvel 2025 são associadas à Anfavea:

  • Associadas à Anfavea: Fiat, Honda, Renault, Toyota, Lexus, Hyundai, CAOA Chery, CAOA Changan, Geely (Renault) e Grupo Stellantis (Peugeot, Citroën, Jeep, RAM e Leapmotor);
  • Não Associadas à Anfavea: BYD, Denza (marca de luxo BYD), Kia, GWM, MG Motors, GAC Motor, Lecar, Omoda & Jaecoo e Vespa.

Esse cenário ilustra uma ironia. O evento brasileiro mais tradicional da indústria automotiva brasileira, patrocinado inclusive pela maior associação do setor no Brasil e pela prefeitura da capital paulista, inundado por marcas chinesas, que em sua maioria não produzem no País.

Caoa Changan se apresenta durante coletiva de imprensa no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo
Caoa Changan se apresenta durante coletiva de imprensa no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

De fato as marcas automotivas que comercializam no Brasil são praticamente todas estrangeiras. Entretanto, há uma diferença entre as que adentram ao país e produzem seus veículos em fábricas que estão em território nacional; e as que apenas importam e vendem aqui dentro.

A Anfavea e as marcas já estabelecidas aqui têm reclamado do alto volume de carros importados que as entrantes têm oferecido no mercado local.

Embora existam muitas empresas chegando, a Anfavea ainda representa mais de 80% do mercado automotivo brasileiro, segundo o presidente da própria associação, Igor Calvet.

"Tenho questões com o alto volume de importação de veículos, mas que não têm a ver com o Salão. É nossa obrigação incluir todos que fazem parte do segmento. Não tenho o direito de fazer distinção entre marcas que já estão estabelecidas e aquelas que estão chegando", diz Calvet.

Grandes Marcas Ausentes

Montadoras tradicionais estarão ausentes do Salão do Automóvel deste ano, como Volkswagen, Chevrolet, Ford e Nissan, além de marcas ligadas ao mercado de luxo, como Audi, BMW, Mercedes-Benz, Jaguar, Land Rover e Volvo.

Salão do Automóvel que aconteceu em 2018
Salão do Automóvel que aconteceu em 2018
Foto: divulgação / Estadão

Para Milad Neto, o período em que o Salão esteve ausente criou um vácuo que permitiu o crescimento de outros eventos. "O Festival Interlagos oferece ao público uma experiência muito diferenciada, na qual é possível dirigir os lançamentos na mesma pista usada por pilotos de Fórmula 1."

Milad também ressalta que, embora eventos como o Salão do Automóvel atraiam um grande público, muitas marcas optam por não participar devido aos altos custos para montar uma estrutura física e expor seus veículos nos estandes, em contraste com a baixa expectativa de vendas nessas feiras.

O presidente da Anfavea enxerga com naturalidade a decisão de marcas tradicionais não participarem. "Em nenhuma edição do Salão, contamos com todas as marcas e neste não é diferente. Nesse contexto da indústria, algumas decisões de não participar sequer são tomadas no Brasil e eu não posso brigar com a estratégia de cada empresa", afirma Calvet.

Mesmo com as inconsistências que cercam o Salão do Automóvel deste ano, Kalume acredita que o evento está mais moderno e continua carregando o legado de apresentar novidades. "O Salão do Automóvel de São Paulo tem peso em seu nome, mas é preciso entender se essa tradição vai se manter", conclui.

Estadão
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