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Híbrida, a BYD Shark faz de Goiânia a SP com um só tanque?

A estimativa de autonomia média anunciada na estrada é de 1.134 km - o que tecnicamente exigiria menos de um tanque. E como foi na prática?

21 out 2024 - 20h52
(atualizado às 21h05)
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Resumo
Rodamos de Goiânia a SP com uma unidade do mais recente lançamento da BYD para saber se ela cumpre o que promete em termos de autonomia declarada

Você viu aqui no Terra Mobilidade tudo sobre a BYD Shark, a primeira picape média híbrida do mercado de carros brasileiro (a Ford Maverick Hybrid não é média), que foi lançada no sábado (19) por R$ 379.800.

A reportagem do Terra Mobilidade pode prová-la de um modo diferente: voltamos de Goiânia (GO), local do evento, dirigindo uma - e saímos de lá com o tanque cheio, apesar da bateria (que pode fazê-la rodar mais 57 quilômetros em um modo puramente elétrico) quase zerada. Continue abaixo para saber como foi...

Vamos fazer contas: a BYD diz que a picape pode fazer até 24,6 km/l na cidade e 19,9 km/l na estrada com seu tanque de 57 litros. Multiplique 57 por 19,9 e chegue na autonomia de 1.134 km. Ok, não vamos ser injustos: a bateria não estava cheia, então vamos retirar uns 20% desse número de 1.134 - e chegamos na estimativa de 907 quilômetros de alcance. A distância entre as duas capitais é de 901 km.

Portanto, se eu guiasse com o pé leve, sem ar-condicionado e seguisse em uma velocidade média de 60 a 70 km/h, como mais ou menos as medições são feitas, daria para chegar.

Obviamente não foi dessa maneira que viemos. O ar-condicionado ficou ligado o tempo todo e viemos em constante, em velocidade de cruzeiro (entre 100 km/h e 120 km/h), e demos apenas três "estilingadas" - em determinados momentos que precisamos fazer necessárias ultrapassagens.

A média que o painel apontava ficou sempre entre 12,5 e 13,5 litros a cada 100 quilômetros rodados, como indicado na tela colorida do quadro de instrumentos. Na conversão (é só dividir 100 pelo número exposto no cluster), isso representa algo entre 7,4 km/l e 8 km/l.

Multiplique 8 km/l por 57 litros (o volume do tanque da Shark) e note que se a picape de fato seguir com esse consumo o alcance máximo será de pouco mais de 450 quilômetros. Ou seja, na prática, a história foi bem diferente do que se esperava: foram necessários mais de dois tanques para completar a viagem.

E o resto?

Tirando o lado surpreendente do consumo, que não era esperado, a picape deu um show de conforto e dinamismo.

Ela anda muito. Rodamos na média de 110 km/h e 120 km/h, como falamos, e nos trechos que precisamos "apertar o passo" ela respondeu muito bem.

Muito segura em curvas, ela ainda freia bem e entrega de fato o comportamento que se espera de um carro com 437 cv e 65 kgfm de torque declarados. Só achamos que o volante poderia ser um pouquinho menor, apesar do design estiloso.

Outro ponto positivo vai para a suspensão: sem detalhes, ela é uma das melhores do segmento e quase tão poderosa como a da Ford Ranger Raptor, apesar das propostas distintas entre as duas picapes. É realmente muito boa. Principalmente a traseira.

Por dentro, conforto absurdo em termos de luxo e acústica. Bancos confortáveis, ótimo espaço na cabine e muitos recursos de tecnologia.

O sistema de som é bom, mas poderia receber alguns ajustes e até atingir níveis de volume mais altos. E a facilidade de conexão via Bluetooth com o celular (a Shark tem CarPlay e Android Auto sem fio) é algo que supreende positivamente.

No mais, agora nos resta esperar pela oportunidade de poder testar a picape novamente, rodando apenas pela cidade, para ver se ela consegue cumprir os números de consumo urbano prometidos.

BYD Shark Plug-in Hybrid
BYD Shark Plug-in Hybrid
Foto: BYD / Guia do Carro
André Deliberato André Deliberato, jornalista e engenheiro, atua na área automotiva desde 2008, com passagens pela assessoria de imprensa da Volkswagen e pelas redações da revista Car and Driver, do portal UOL, e Webmotors. Já fez mais de 500 testes e cobriu pouco mais de 20 Salões do Automóveis ao redor do mundo.
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