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Dona da Fiat desmonta 370 carros nos primeiros dias de operação de seu centro de reciclagem

Desmanche da Stellantis recuperou mais de 6 mil peças e vendeu 1,6 mil componentes no período, mas números ainda estão longe do prometido

14 dez 2025 - 16h20
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A Stellantis divulgou, nesta sexta-feira (12), os resultados do primeiro Centro de Desmontagem Veicular (CDV) inaugurado por uma montadora no Brasil. O balanço dos primeiros 100 dias de operação foi obtido com exclusividade pelo Jornal do Carro: foram 370 carros desmontados desde a abertura, em agosto.

Assim, o CDV da Stellantis — grupo responsável por marcas como Fiat, Peugeot, Citroën e Jeep —, tem média é de 125 veículos desmontados por mês, ou 3,7 unidades por dia.

Nesse ritmo, o centro chegaria a cerca de 1.500 veículos por ano — número abaixo da capacidade projetada pela empresa ao lançar o projeto, de até 8 mil desmontes anuais em três turnos. Atualmente, o CDV opera apenas um turno.

Porém, vale entender que não é só a quantidade de veículos desmontados que conta, mas também a quantidade de material reciclado ou reaproveitado.

Balanço dos 100 dias do desmonte

Segundo a Stellantis, o CDV registrou os seguintes resultados:

  • 6 mil peças recuperadas;
  • 1,6 mil peças vendidas;
  • 4 mil componentes em estoque;
  • 246 toneladas de aço e alumínio recicladas;
  • 16 toneladas de plástico destinadas à reciclagem;
  • 1 tonelada de cobre reciclada.

A proposta é recuperar componentes que seriam descartados e oferecê-los ao mercado por menos da metade do preço das peças novas.

Do total vendido, 66% dos componentes foram vendidos pelo canal digital. O restante foi comercializado na loja física localizada em Osasco, na região metropolitana de São Paulo.

A Stellantis afirma que o CDV de Osasco é o primeiro da marca fora da Europa. A empresa já opera uma unidade semelhante em Mirafiori, na Itália.

Apesar do balanço produtivo, a Stellantis não divulgou o faturamento do desmanche no período.

Origem e objetivo do projeto

Com investimento de R$ 13 milhões, o CDV começou a operar em 14 de agosto com foco na retirada de circulação e reciclagem de veículos sinistrados, em fim de vida útil ou fora de uso.

O volume desses veículos é significativo: cerca de 2 milhões chegam ao fim da vida útil por ano no Brasil — 4,17% da frota nacional de 48 milhões de veículos.

Entretanto, apenas 1,5% recebem destinação adequada, segundo a Associação Brasileira de Reciclagem Automotiva (Abcar) e o Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa (Sindinesfa).

Isso significa que 98,5% acabam abandonados em pátios de Detrans, leilões ou vias públicas.

Segundo a Stellantis, o mercado de reciclagem automotiva pode movimentar até R$ 2 bilhões por ano. Já as entidades Abcar e Sindinesfa afirmam que o potencial considerando peças recuperáveis pode chegar a R$ 14 bilhões.

O setor de peças novas, para comparação, movimentou R$ 260 bilhões, segundo dados da Fenabrave e da Dana Brasil.

Como as peças são classificadas

Os veículos que chegam ao CDV passam por processos regulamentados de desmontagem e destinação ambiental.

Após desmontados, os componentes são avaliados e divididos em três grupos:

  1. Itens para reuso: lavados e liberados para venda;
  2. Componentes para remanufatura: só comercializados após processo de recuperação;
  3. Materiais para reciclagem: enviados a empresas especializadas, como ArcelorMittal.

As peças destinadas ao reuso recebem identificação individual, com etiqueta de rastreamento emitida pelo Detran e informações como classificação e valor de mercado. A comercialização segue os critérios de rastreabilidade definidos pelo órgão, o que também contribui para combater o desmonte ilegal.

Cada veículo gera ainda uma "carteira de desmonte", emitida por fornecedor homologado, com até 49 grupos de peças rastreáveis desde o veículo de origem até quem executou o desmonte.

A Stellantis mantém ainda um sistema próprio de codificação e controle, utilizado em todas as etapas internas.

Estadão
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