GWM vai começar a fazer Haval H6 no Brasil em junho
Chinesa vai ligar máquinas na fábrica de Iracemápolis e iniciar produção em série do H6 em junho; picape Poer chega no segundo semestre
Mais de três anos após comprar a fábrica de Iracemápolis (SP) da Mercedes-Benz, a GWM finalmente vai começar a produzir veículos no Brasil. Durante o Salão de Xangai, na China, executivos da montadora chinesa confirmaram que está tudo pronto na unidade para o início da produção local.
O cronograma será o seguinte: no mês de maio, a fábrica do interior paulista liga as máquinas e começa a produzir unidades pré-série do SUV híbrido Haval H6 nas quatro versões atualmente disponíveis no País. Em seguida, entre junho e julho, os primeiros modelos nacionais serão entregues aos concessionários.
Neste início de operação, a maioria dos componentes do SUV virá importada da China. Mas, conforme Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil, a empresa vai localizar componentes ao longo dos próximos dois anos, também visando a exportação dos veíuclos para a América do Sul.
"Nosso modelo não será um SKD ou CKD. O Haval já está no sistema do programa Mover. Habilitamos peça por peça, algumas inclusive já estão com alíquota reduzida. A fábrica terá duas linhas e cabine de pintura com tanques já dimensionados também para receber a linha de picapes Poer", detalha Bastos.
Poer chega em breve em versão a diesel
Além do SUV Haval H6, a GWM vai lançar no Brasil a linha de picapes Poer. A estreia será no início do 2º semestre, em agosto, com a oferta inicial na versão a diesel. Depois, no fim de 2025, a caminhonete ganhará versão híbrida plug-in (PHEV) com motor a gasolina e começará a ser feita em Iracemápolis.
Segundo Bastos, serão duas versões distintas da Poer no Brasil. Inclusive no visual. "Não vamos colocar no mercado uma picape apenas para uso na cidade. Teremos um modelo também para o trabalho.
Os próprios concessionários pediram a versão a diesel. Temos um motor 2.4 turbo competente que entrega no uso severo. Não será um produto de nicho", garante o executivo.
Por enquanto, a montadora chinesa não deu detalhes técnicos da picape. Porém, é muito provável que a Poer a diesel chegue ao Brasil com o motor 2.4 turbo de quatro cilindros e o câmbio automático de nove marchas.
Este conjunto gera 184 cv de potência e 48,9 kgfm de torque máximo, com tração 4x4 com reduzida. A picape seguirá o padrão da categoria, com capacidade de carga de uma tonelada.
Já a versão híbrida deverá ter o mesmo conjunto do SUV 4x4 Tank 300, que chegou recentemente ao País. Este utiliza a plataforma Hi4T, que combina motor elétrico, um 2.0 turbo a gasolina de injeção direta e câmbio automático de nove marchas. A potência, neste caso, é de 394 cv e o torque alcança 76,5 mkgf.
Há também a bateria de 37,1 kWh, que fica instalada no eixo traseiro e aceita recarga rápida. No SUV Tank 300, a autonomia é de 75 km no modo 100% elétrico, conforme o Inmetro. Além disso, há o recurso "V2L" (Vehicle to Load), em que o veículo serve de fonte para outros aparelhos, como cafeteiras e notebooks.
GWM Poer terá duas picapes distintas
Neste primeiro anúncio, a GWM confirmou que a linha Poer terá dois modelos distintos. A picape a diesel terá foco no trabalho e no segmento do agronegócio, enquanto a híbrida plug-in vai mirar um público que busca uma caminhonete tecnológica. Por isso, os modelos terão visual, capacidades e níveis de conteúdo diferentes.
"Escolhemos (começar a produção no Brasil com) o Haval H6 não só pelo sucesso de vendas do modelo, mas porque o mercado de picapes é mais difícil. Não vamos vender um modelo que só funciona no 4x4 com eletricidade. Na China, somos líderes nesse mercado com modelos a diesel. Portanto, a estratégia não muda. No Brasil, temos uma rede com 27 grupos parceiros e combinamos de expandir para o interior. A Poer vai chegar em regiões onde o agronegócio é forte", adianta Ricardo Bastos.
A GWM projeta fechar 2025 com 130 concessionárias no País, todas com área completa de pós-vendas. Até 2026, a empresa vai concluir o investimento inicial de R$ 4 bilhões. Depois, já estão previstos outros R$ 6 bilhões até o ano de 2032. Parte desse aporte vai contemplar a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento no País, bem como o lançamento de versões flex do conjunto híbrido do Haval H6.
