Avaliação: GAC GS4 é um SUV híbrido surpreendente e não precisa recarregar
Rodamos durante uma semana com o GAC GS4, híbrido chinês que tem boa potência e muito espaço interno, mas um pecado grave
O GAC GS4 Hybrid tem tudo para ser um dos SUVs híbridos mais atraentes do mercado brasileiro. Ele tem porte médio, porém é maior e mais espaçoso do que o Toyota Corolla Cross Hybrid, que é o híbrido não plugável (HEV) mais vendido do Brasil. Sete dias foram suficientes para que o GS4 Hybrid Elite se mostrasse um dos melhores carros chineses vendidos no Brasil.
Preços competitivos em relação aos rivais
A versão que avaliamos foi a Elite, que custa R$ 209.990. Essa versão é mais em conta do que o Corolla Cross XRX 2026, que sai por R$ 219.890. Há ainda o GS4 Hybrid Premium, por R$ 191.990. O que complica a vida do SUV da GAC é a comparação com o Haval H6 One, da GWM, que custa R$ 199.990. São 10 mil reais de diferença, mas o GAC tem a dirigibilidade francamente melhor.
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Potência e consumo agradam em cheio
Gostamos da potência oferecida pelo GS4 Hybrid, que é de 235 cv. Ele combina um motor elétrico de 182 cv e um motor a gasolina 2.0 ciclo Atkinson, de 140 cv. A vantagem do motor Atkinson em relação ao Otto (usado pela maioria dos carros) é a maior eficiência. Com uma bateria de 2,1 kWh e usando a maior parte do tempo o motor elétrico, o GAC GS4 Hybrid chegou a fazer 20 km/l em nosso teste. O “consumo” oficial do PBEV é de 14,1 km/l.
A suspensão traseira é independente e – surpresa – o GAC GS4 Hybrid chega bem acertado para o gosto do motorista brasileiro. O carro é firme e previsível, tanto na suspensão quanto na direção. Os brasileiros vão gostar desse nome. Difícil, para a montadora chinesa, talvez seja acostumar as pessoas a dizerem “Ge-a-Cê” ao invés de GAC.
A força da marca no cenário global
Querem evitar a comparação com a JAC Motors, que, se fato, não tem nada a ver. A GAC é sigla de Guangzhou Automobile Group. Trata-se de um grupo enorme, que produz carros da Honda (desde 1998) e da Toyota (desde 2004) no mercado chinês por meio de joint ventures com essas empresas. A “Gê-a-Cê” está presente em mais de 70 países fora da China.
Enquanto a GAC é a sexta maior montadora da China, e estreia no Brasil com operação própria, a JAC Motors é especializada em caminhões e nunca fez muito sucesso com carros. No Brasil, é representada pelo polêmico empresário Sergio Habib. Voltando à GAC, o design também agradou, embora o espalhafatoso aerofólio seja de gosto meio dividoso.
Espaço interno é destaque entre SUVs médios
Com 4.680 mm de comprimento, 1.901 mm de largura e 2.750 mm de entre-eixos, o GS4 garante uma das cabines mais espaçosas do segmento. O porta-malas também é um trunfo: são 638 litros na configuração normal, que chegam a 1.586 litros com os bancos rebatidos – medidas que agradam famílias e viajantes.
Pacote de equipamentos tem ausência relevante
A lista de equipamentos é extensa: suspensão independente nas quatro rodas, rodas de 19 polegadas, seis airbags, faróis full LED com DRL, teto solar panorâmico e bancos dianteiros com ajuste elétrico. Em tecnologia, há central multimídia de 10,1”, câmera 360°, carregador por indução, chave presencial, ar-condicionado digital, painel de instrumentos de 10,25” e som com seis alto-falantes.
Mas aqui aparece um detalhe negativo que não pode ser ignorado: o sistema multimídia não oferece Android Auto. Em um SUV de mais de R$ 200 mil, a ausência de um recurso tão básico surpreende e pode pesar na decisão de compra. Segundo a GAC, em breve o Android Auto estará disponível nos carros vendidos no Brasil.
Veredicto
Aprovado. O GAC GS4 Hybrid é um SUV que surpreende positivamente: tem potência combinada elevada, espaço interno de sobra, dirigibilidade bem acertada e consumo eficiente. O preço é competitivo frente ao Toyota Corolla Cross Hybrid e ao GWM Haval H6 One, o que reforça sua atratividade. Porém, o carro esbarra em um detalhe que não condiz com seu posicionamento de mercado: a falta de Android Auto.
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