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Craques e torcedores

Saiba como uma ligação de orelhão mudou o destino de Ramires

Volante era pedreiro até se destacar numa partida contra as categorias de base do Joinville; massagista do time relembra como foi o início da negociação

23 jun 2014 - 08h00
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O massagista Carlos Lincoln trabalhou com Ramires no início da carreira do jogador, no Joinville
O massagista Carlos Lincoln trabalhou com Ramires no início da carreira do jogador, no Joinville
Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Ele trabalhava como pedreiro para ajudar a mãe e jogava futebol apenas nas horas vagas. Até que uma ligação feita de orelhão mudou a trajetória do volante Ramires, uma das esperanças do Brasil para a conquista da Copa do Mundo. Ele começou jogando pelo Joinville e de lá saiu para brilhar com as camisas de Cruzeiro, Benfica, Chelsea e Seleção Brasileira.

Nascido em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, o garoto morava num bairro cujo nome viria a se mostrar profético: Boa Sorte. No final de 2004, o time local enfrentou um grupo das categorias de base do Joinville. Os catarinenses venceram, mas o massagista da equipe, Carlos Lincoln Zimmermann, lembra que o jovem chamou a atenção do treinador.

“Ele gostou muito do estilo do Ramires, que era bastante veloz e aparecia bem na frente, e conseguiu o contato do tio dele. Na volta para o hotel, parou em um orelhão e ligou. Em menos de 40 minutos o tio do Ramires apareceu no local.”

No começo ele me chamava de senhor Lincoln, mas logo pegou intimidade e já passou a me chamar pelo apelido de Periquito, recorda o massagista
No começo ele me chamava de senhor Lincoln, mas logo pegou intimidade e já passou a me chamar pelo apelido de Periquito, recorda o massagista
Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Apesar da empolgação inicial, foram cinco meses de negociação até que Ramires finalmente se apresentasse no Joinville. A escolha não era fácil: o jogador teria de deixar a casa em que morava com a avó e a mãe. Foi uma aposta. Com a mudança, passou a morar na cidade catarinense e ia todos os dias de táxi para o treino. “Ele pode até passar uma imagem mais reservada para o torcedor, mas na convivência é bastante brincalhão. No começo ele me chamava de senhor Lincoln, mas logo pegou intimidade e já passou a me chamar pelo apelido de Periquito”, recorda Zimmermann.

Inicialmente, o jogador atuava como lateral direito. Mas logo a qualidade de seu passe e de sua marcação fizeram com que fosse deslocado para o meio de campo e chegasse ao profissional nesta nova posição. “Ele logo se destacou pelo time principal, e apareceu uma proposta do Cruzeiro. Lembro que eu estava fazendo uma bota de esparadrapo em seu pé, e ele deu um grande sorriso na maca ao saber da notícia, pois sabia que sua vida ira mudar a partir daquele dia”, conta o massagista.

E realmente mudou. Na equipe mineira, o volante logo conquistou a torcida com sua raça, e foi eleito o melhor da posição no Campeonato Brasileiro de 2008. Com suas boas atuações, defendeu a Seleção na conquista da Copa das Confederações de 2009 e na Copa do Mundo de 2010. Apesar da eliminação diante da Holanda, Ramires é um dos apenas cinco atletas daquele elenco que foram convocados para o Mundial de 2014.

“Ele é um cara muito humilde, até hoje mantemos contato. Pouco tempo atrás me mandou uma camisa do Chelsea. Quando fiquei sabendo da convocação, enviei uma mensagem desejando boa sorte. Espero que ele tenha vida longa na Seleção e possa conquistar esse título para o Brasil”, afirma Zimmermann.

Fonte: PrimaPagina
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