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Como o argentino 'comum' lida com a inflação exorbitante no país?

A inflação no vizinho sul-americano é a maior entre os países do G20

24 nov 2023 - 05h00
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Inflação eleva custo de produtos básicos como alimentação, vestuário, saúde, entre outros
Inflação eleva custo de produtos básicos como alimentação, vestuário, saúde, entre outros
Foto: Getty Images

Javir Milei toma posse como novo presidente da Argentina em 10 de dezembro. Ele assumirá o comando da nação em meio a uma forte crise, com uma inflação exorbitante, taxas de juros nas alturas, dívida pública elevada e parte da população na pobreza. Diante desse cenário, não é fácil governar e, para muitos cidadãos, nem viver no país.

Um questionamento muito comum nos últimos meses feito por brasileiros é, afinal, como o argentino ‘comum’ lida com a inflação descontrolada? O Terra procurou dois especialistas para responder sobre esse assunto. Vale lembrar que a inflação da Argentina é a maior entre os países do G20 – 142,7% acumulada em 12 meses.

“É um cenário difícil, com uma inflação bastante alta, mas os argentinos lidam de diversas maneiras. Uma delas é você ter basicamente negociações salariais indexadas à inflação, sendo uma forma de manter o poder de compra”, explica o economista Diogo Catão em conversa com a reportagem.

Nos últimos meses, a perda do poder de compra levou a Argentina a ter 40,1% da população em situação de pobreza. No 2º semestre, havia 11,8 milhões de pessoas que não tinham dinheiro suficiente para custear as próprias despesas. Atualmente, R$ 1 é o equivalente a 73 pesos argentinos. 

“A inflação pode ter vários impactos na economia de um país, incluindo a perda do poder de compra da moeda, aumento dos custos de vida e outros efeitos adversos. Tais impactos podem variar dependendo de vários fatores, incluindo as políticas econômicas adotadas pelo governo”, comenta a economista Carol Vasconcelos.

As condições do mercado global e outros fatores econômicos internos e externos também influenciam e muito o cenário econômico na Argentina. Com a perda de poder de compra, o cidadão tem um impacto extremo em seu padrão de vida. Isso significa um custo alto de produtos básicos como alimentação, vestuário, saúde, entre outros.

É preciso lembrar também que, em um cenário de inflação descontrolada, os comerciantes têm cada vez mais cobrado os valores em espécie (dinheiro), e o que está no cardápio do restaurante ou na etiqueta da loja podem mudar seu valor na hora da compra. “A taxa da inflação, desemprego e instabilidade contribui exatamente para isso”, enumera Diogo Catão.

“O país vive hoje em um caos econômico emergencial que contribui para a desigualdade social, pois aqueles que têm menos recursos financeiros serão mais afetados”, acrescenta Carol Vasconcelos.

Por que a inflação subiu tanto? 

Uma série de fatores contribuiu para a crise inflacionária na Argentina. Segundo os especialistas, além das intervenções governamentais frequentes na economia, com controle de preços, o país promoveu políticas monetárias inconsistentes, emissão excessiva de moeda, flutuações cambiais frequentes, dívida pública elevada e déficit fiscal.

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Fonte: Redação Terra
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