Plataforma da Petrobras P-68 paralisa produção após princípio de incêndio no pré-sal
A plataforma da Petrobras P-68, no pré-sal da Bacia de Santos, teve sua produção interrompida nesta sexta-feira, após um princípio de incêndio no painel da unidade de tratamento de água, que foi rapidamente debelado, informou a companhia em comunicado à imprensa.
A plataforma, do tipo FPSO, opera nos campos de Berbigão e Sururu e produziu em outubro 129,7 mil barris por dia (bpd), destacando-se entre as maiores produtoras do Brasil. A estatal disse que o incidente na unidade foi rapidamente debelado com uso de extintor portátil, "sem qualquer dano ao meio ambiente, às instalações e aos trabalhadores".
No comunicado, a Petrobras também afirmou que o incidente não está relacionado à greve dos trabalhadores, que teve início na segunda-feira e conta com a adesão de trabalhadores de todas as plataformas próprias da companhia nos campos de Santos e Campos.
Devido à greve, a empresa tem empregado equipes de contingência em diversos locais para garantir a continuidade da produção.
Em nota, o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP) afirmou que trata-se de uma situação grave, que evidencia os riscos de se entregar unidades operacionais a trabalhadores sem a devida capacitação e a grupos de contingência que não foram discutidos nem escolhidos em conjunto com o sindicato.
"Provavelmente (ocorreu) por falta de uma manutenção preventiva ou corretiva naquele equipamento, porque estão focados na produção... aí acabou pegando fogo. Então, existe uma relação direta com a greve, mas não uma relação de causa e efeito", disse à Reuters o coordenador-geral do Sindipetro-LP, Márcio André da Silva.
Este é o segundo acidente significativo desde o início da greve, após um vazamento de gás interromper na quinta-feira a produção na plataforma P-40 da empresa, na Bacia de Campos, que também resultou na paralisação da produção.
A P-40 produziu este ano uma média de 18.328 barris de petróleo por dia e 351 milhões de m³ de gás natural, segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa 13 sindicatos de petroleiros.
Além das plataformas, a greve dos petroleiros também alcançou refinarias, termelétricas, usinas de biodiesel, campos de produção terrestre, unidades de tratamento e compressão de gás, dentre outros pontos, segundo sindicatos.
O movimento, segundo sindicatos, é motivado pela ausência de avanços nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e por uma falta de respostas da Petrobras a reivindicações históricas da categoria, como o fim dos equacionamentos dos déficits da Petros (PEDs) e a recomposição de direitos.