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Quem foi Eliane de Grammont, cantora assassinada no palco por Lindomar Castilho, seu ex-marido

Cantora de MPB tinha 25 anos quando foi morta em São Paulo. Ela deixou uma filha de dois anos

21 dez 2025 - 10h57
(atualizado às 11h17)
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Resumo
Eliane de Grammont, cantora de MPB, foi assassinada em 1981 aos 25 anos pelo ex-marido Lindomar Castilho, crime que chocou o país e marcou a trajetória do cantor, morto em 2025.
Eliane de Grammont foi morta pelo cantor Lindomar Castilho
Eliane de Grammont foi morta pelo cantor Lindomar Castilho
Foto: Domicio Pinheiro/DOMICIO PINHEIRO

A morte de Lindomar Castilho, neste sábado, 20, aos 85 anos, voltou a trazer à tona o crime que chocou o país e marcou de forma definitiva a trajetória do cantor, conhecido como o "rei do bolero". Em 30 de março de 1981, ele assassinou a então mulher, a cantora Eliane de Grammont, em São Paulo.

Quem foi Eliane de Grammont

Nascida em São Paulo, em 1955, Eliane de Grammont era cantora e compositora de MPB. Filha da compositora Elena de Grammont e irmã da jornalista Helena de Grammont, que atuou como repórter da TV Globo por mais de três décadas, ela iniciou a carreira musical ainda jovem.

Em 1979, após cerca de dois anos de relacionamento, Eliane se casou com Lindomar Castilho. Da união nasceu uma filha, Lili de Grammont. Relatos da época apontam que o casamento foi marcado por episódios de violência, o que levou a cantora a se afastar da música. Após aproximadamente um ano de relação, ela decidiu pedir o divórcio.

Separada, a cantora retomou a carreira artística e passou a se apresentar ao lado de Carlos Randall, que tocava violão, com shows na boate Belle Époque, na capital paulista. Eliane tinha 25 anos quando foi assassinada por Lindomar Castilho e deixou a filha com apenas dois anos de idade.

Como foi o crime em que Lindomar Castilho matou a esposa

Na madrugada de domingo para segunda-feira, 30 de março de 1981, Eliane Aparecida Grammont, então com 25 anos de idade, cantava a música João e Maria, de Chico Buarque, na boate Belle Époque, em São Paulo. Carlos Roberto da Silva tocava violão ao seu lado. Lindomar Castilho entrou no local e disparou diversas vezes em sua direção.

Antes de ser condenado pelo crime, o cantor prestou um depoimento que não condizia com o de outras testemunhas e nem com suas ações anteriores. Segundo Lindomar, o crime não teria sido premeditado. "Eu fui falar com o rapaz para propor que eles ficassem com o apartamento e me deixassem criar minha filhinha. Ele voou em cima de mim e me agrediu. Aí, porque ele sacou uma arma ou qualquer outra coisa que eu não pude ver direito, tirei também a minha e atirei. A partir daí, não vi mais nada. Só fiquei sabendo da morte da Eliane aqui na delegacia", afirmou, em seu depoimento, segundo o jornal O Globo.

Quanto ao fato de estar armado, justificava: "Trabalho à noite e viajo muito. Portanto, tinha a arma para defesa pessoal, com registro legal. Além do mais, vinha sendo ameaçado pelo Carlos Roberto, que me seguiu diversas vezes em um Volks azul". A versão não convenceu os investigadores: apesar de alegar utilizá-la em suas viagens, o cantor tinha comprado sua arma, na terça-feira daquela mesma semana, ou seja, seis dias antes do crime. Além da Taurus calibre 38, também adquiriu uma caixa com 50 balas no mesmo dia. Nove delas estavam em sua bolsa, e outras 16 foram encontradas numa gaveta de seu apartamento.

"Um homem que compra uma arma recentemente e entra na boate da maneira que ele entrou não parece estar bem intencionado", adiantava o delegado Geraldo Branco de Camargo, do 4º DP de São Paulo, à imprensa. William Schmidt, dono da boate Belle Époque, relatou em depoimento que Lindomar Castilho "entrou de arma em punho, disparando vários tiros" em direção ao palco. Carlos Roberto, então, teria partido em direção a ele, iniciando uma briga. Carlos e William conseguiram imobilizar Castilho, amarrando seus pés e suas mãos com cordas de náilon.

João Miguel Marques de Medeiros, um cantor que havia se apresentado pouco antes, também foi testemunha. Ele estaria à porta do local quando viu Lindomar chegar e, em seguida, efetuar diversos tiros. Foi João Miguel quem socorreu Eliane Grammont e Carlos Roberto rumo ao pronto-socorro de um hospital.

Consta que uma outra arma, um revólver Rossi, calibre 32, foi encontrada pela polícia no chão da boate. De acordo com o delegado, ele não pertenceria a Carlos Roberto, nem Lindomar Castilho: "Alguém que estava na boate pode ter se aproveitado da confusão para desfazer-se dela".

Estadão
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