Causa da morte de Mani, baixista do The Stone Roses, é confirmada
Músico falecido aos 63 anos ajudou a criar sonoridade que combinava rock psicodélico com rave e serviu de influência para a geração Britpop
O mundo da música britânica ficou em luto ao saber, em 20 de novembro, do falecimento de Gary "Mani" Mounfield, baixista do The Stone Roses e Primal Scream, aos 63 anos. Quase um mês depois, sabe-se qual foi a causa.
Segundo o Manchester Evening News, o músico morreu durante o sono em decorrência de problemas respiratórios. Ele sofria de enfisema pulmonar e foi declarado morto no local. As autoridades não consideraram o incidente suspeito.
O músico já havia perdido sua esposa, Imelda, em 2023, vítima de câncer. O casal tinha dois filhos gêmeos, George e Gene, nascidos no ano de 2012.
A confirmação inicial do falecimento veio de Greg Mounfield, irmão de Mani, que escreveu no dia da morte uma postagem nas redes sociais sobre o ocorrido. Ele havia dito de modo breve (via The Guardian):
"É com o maior dos pesares que anuncio a trágica morte do meu irmão".
A notícia trouxe consigo uma enxurrada de homenagens ao músico, incluindo de ex-companheiros de banda e amigos. Ian Brown, vocalista do The Stone Roses, postou no X/Twitter:
"Descanse em paz, Mani X".
https://twitter.com/ianbrown/status/1991536729225064616
Liam Gallagher lamentou a morte do baixista, lhe chamando de seu herói. Ele se expressou também no X/Twitter:
"Completamente em choque e absolutamente devastado ao ouvir as notícias sobre Mani, meu herói. Descanse em paz, nosso garoto. LG"
O Oasis, inclusive, chegou a homenagear Mani no Brasil, ao expor sua imagem nos telões durante os shows no estádio MorumBIS, em São Paulo. O tributo ocorreu durante a música "Live Forever".
https://www.twitter.com/liamgallagher/status/1991544532522164591
Quem foi Mani
Nascido em Crumpsall, subúrbio de Manchester, Mani ficou famoso principalmente por seu trabalho no grupo The Stone Roses. Ele se juntou a John Squire (guitarra), Ian Brown (vocais) e Alan "Reni" Wren em 1987, quando o conjunto estava mudando sua sonoridade do pós-punk dos primórdios da carreira para algo mais influenciado por rock psicodélico. Até ali, a banda não tinha muita projeção além da sua cidade natal, mas logo atraíram a atenção das gravadoras.
O álbum de estreia do grupo, The Stone Roses (1989), chegou à 19ª posição das paradas britânicas, e fez da banda uma das figuras principais do movimento apelidado Madchester, que combinava indie rock com rave. O disco também é saudado como uma das pedras fundamentais do Britpop, citado por Oasis e Blur como influência.
Entretanto, o sucesso não durou muito tempo. A banda logo entrou numa disputa judicial com o selo Silvertone devido a problemas relacionados a remuneração. A gravadora entrou com uma série de liminares impedindo o grupo de trabalhar.
Por isso, The Stone Roses ficou quase quatro anos afastado dos holofotes. O que era para ser o retorno triunfal, o segundo álbum Second Coming (1994), teve uma recepção mista no país. Os integrantes seguiram por caminhos separados.
Mani então entrou para o Primal Scream, outro grupo britânico de sucesso, durante as gravações do álbum Vanishing Point (1997), Ele permaneceu na banda até 2011, quando The Stone Roses se reuniu.
Rolling Stone Brasil
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