O tempo passa mais rápido à medida que envelhecemos? Estudo explica
Estudo publicado na revista Communication Biology analisou 577 participantes com idades entre 18 e 88 anos
Estudo publicado na revista Communication Biology aponta que a percepção de aceleração do tempo com o envelhecimento está ligada à redução de transições neurais no cérebro, mas atividades inovadoras podem amenizar o fenômeno.
O mundo não gira, ele acelera. Não somente com base no aumento ainda inexplicável da velocidade de rotação da Terra desde 2020, mas também por causa de uma percepção mutável, que se intensifica à medida que envelhecemos. Essa foi a conclusão de um estudo publicado recentemente na revista Communication Biology.
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Durante a triagem, 577 participantes de 18 a 88 anos foram submetidos à ressonância magnética funcional (RMF) enquanto assistiam a um recorte de oito minutos do episódio Bang! You’re Dead (“Bang! Você está morto”, em tradução literal), da série Alfred Hitchcock Presents. Com isso, os cientistas puderam aferir como os cérebros de diferentes faixas etárias dividem cada evento apresentado no trecho destacado.
Na etapa seguinte, um algoritmo verificou o momento no qual há modificação no comportamento cerebral. Os mais velhos demonstraram menores transições neurais no decorrer da apresentação. “Estados neurais mais longos dentro do mesmo período podem contribuir para os idosos experimentarem o tempo mais rápido”, concluíram os autores da pesquisa.
Isso indica que, ao longo da vida, o cérebro passa a deixar de lado os detalhes de cada experiência vivida, fenômeno denominado como “desdiferenciação neuronal”. Na falta dessas demarcações, os acontecimentos parecem fluir de uma vez só, o que faz com que o tempo pareça acelerar.
Segundo Linda Geerligs, professora da Universidade Radboud (Holanda), o envolvimento com novas atividades pode frear esse processo: “Aprender coisas novas, viajar e se envolver em atividades inovadoras pode auxiliar o tempo a parecer mais longo em retrospecto.”