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Preta Gil subia o morro e apoiou jornal em favela: “Chegou com dois caminhões”

Cantora se ofereceu para apoiar o Voz das Comunidades, que há vinte anos cobre o Complexo do Alemão e outras quebradas

21 jul 2025 - 11h49
(atualizado às 12h29)
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Resumo
Preta Gil atuou como madrinha do projeto por mais de uma década, realizando doações, shows para a comunidade e mobilizando outros artistas, demonstrando dedicação às causas sociais até sua morte.
Preta Gil se envolveu com o jornal Voz das Comunidades em 2010 e participou de diversas ações sociais no Complexo do Alemão.
Preta Gil se envolveu com o jornal Voz das Comunidades em 2010 e participou de diversas ações sociais no Complexo do Alemão.
Foto: Arquivo pessoal Rene Silva

Preta Gil se ofereceu para apoiar o jornal Voz das Comunidades, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e se tornou sua primeira madrinha. Desde 2010, ela fazia doações, shows para a comunidade e mobilizava outros artistas. Sua morte pegou de surpresa Rene Silva, que preside a iniciativa.

No noite de domingo, 20, ele estava em um festival na Marina da Glória, na capital fluminense, assistindo a uma apresentação de Xande de Pilares. “Vi a informação no celular e não acreditei”, contou ao Visão do Corre. “Mostrei para algumas pessoas, começaram a chorar e ir embora”.

Gente comum e outros artistas, como Taís Araújo, foram saindo, não havia mais clima para celebração. “Voltei para casa e não paravam de pipocar mensagens. Tentei descansar um pouco, mas foi difícil.”

Reconhecido ativista, Rene Silva contou ao Visão do Corre como começou e se desenvolveu a relação entre Preta Gil e o Voz das Comunidades – com 20 anos, a iniciativa jornalístico-social-cultural mantém site, aplicativo, redes sociais e jornal impresso mensal, com 10 mil exemplares distribuídos gratuitamente.

Preta Gil e Rene Silva no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Cantora chegou na comunidade com dois caminhões.
Preta Gil e Rene Silva no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Cantora chegou na comunidade com dois caminhões.
Foto: Arquivo pessoal Rene Silva

Como começou a relação de Preta Gil com o Voz das Comunidades?

Eu a conheci no programa Esquenta, da Regina Casé. Ela pediu meu contato e, logo depois, perguntou se podia ir à comunidade fazer uma doação no Natal. Era época de ocupação policial no Complexo do Alemão e ela telefonava, mandava mensagem, queria saber da situação. Ela dizia que, morando em São Conrado, só conseguia ouvir os tiros da Rocinha, por isso ligava sempre para saber sobre nós.

A relação partiu de Preta Gil, então?

Partiu dela total, ela me procurou, falou comigo, disse que adorou a iniciativa, que queria ir lá na comunidade. Inclusive ligava para outros artistas pedindo ajuda para os eventos.

Ela foi até o Complexo do Alemão?

Três semanas depois do contato, no Natal, ela chegou com dois caminhões enormes de doações, brinquedos e cestas básicas. Ela veio numa picape aberta, vestida de Mamãe Noel, com um Papai Noel junto. Lembro até hoje, ela de gorro, dizendo que queria estar junto da gente. As doações eram resultado do Bazar da Preta, projeto de arrecadação de fundos e doações. Fez isso até 2023.

Preta Gil distribuindo presentes no Complexo do Alemão. Cantora também distribuía cesta básica e mobilizava outros artistas.
Preta Gil distribuindo presentes no Complexo do Alemão. Cantora também distribuía cesta básica e mobilizava outros artistas.
Foto: Márcia Foletto

Como era a relação com o Voz das Comunidades?

Ela foi a primeira madrinha famosa que chegou oficialmente. Era sempre muito preocupada, atenciosa, sempre querendo ajudar. Alguns meses depois da primeira vez, chamei ela para participar de uma festa junina, falei como era, ela me ajudou com palco, estrutura, o evento ficou maior. Ela então ainda veio e cantou para os moradores. Preta sempre manteve esse elo com a gente.

Por que você acha que Preta Gil tinha essa postura?

Ela sempre teve a essência de ajudar as pessoas. A criação dela, com certeza, deve ter contribuído muito para lutar ao lado de pessoas menos favorecidas. Quando teve a discussão da lei de casamentos de homossexuais, ela foi lá em Brasília, apoiou a causa, sempre esteve muito conectada com as pautas sociais.

Qual era o comportamento dela junto às pessoas das comunidades?

Ela era muito curiosa, foi o que fez ela ser o que ela é. Levei Preta Gil para visitar projetos sociais além do Voz das Comunidades, ela gostava de conversar com as pessoas, de falar, é uma coisa dela, de se aproximar das pessoas. Fomos juntos a várias comunidades.

Você vai ao enterro?

Claro, com certeza, eu vou porque a Preta Gil nunca mediu esforços para vir até a gente, em todos os momentos, então não tem como não estar com ela agora. É inimaginável não estar junto.

Fonte: Visão do Corre
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