CPI dos Pancadões pede condução coercitiva de Salvador da Rima: “Louco pra ir”
O influenciador Giliard, filho de Deolane Bezerra, também foi alvo do pedido. CPI foi prorrogada por 120 dias em SP
Outros funkeiros e influenciadores, como MC Ryan SP, Gato Preto e Bia Miranda, podem ser obrigados a comparecer caso não atendam à convocação da CPI dos Pancadões, instaurada na Câmara Municipal de São Paulo para apurar possíveis falhas na fiscalização de festas clandestinas.
A chamada CPI dos Pancadões, na Câmara Municipal de São Paulo, solicitou judicialmente a condução coercitiva do MC Salvador da Rima e do influenciador Giliad Vidal dos Santos, filho de Deolane Bezerra. O Ministério Público (MP) emitiu parecer favorável; agora, a autorização depende apenas da decisão de um juiz.
O MP sugere que os depoimentos ocorram nos dias 16 ou 23 de outubro. A CPI afirma que Giliard foi intimado três vezes e Salvador da Rima, duas. O artista, no entanto, nega, dizendo que recebeu apenas um chamado, que acabou sendo adiado. “Estou louco para ir lá. Se a intenção é ganhar corte e mídia, eles vão passar vergonha”, afirma o rimador.
Segundo o advogado Everton Brasilino, condução coercitiva significa “levar alguém à força, de maneira legal, para prestar depoimento”. As CPIs têm poderes de investigação e podem tomar depoimentos de autoridades e intimar testemunhas, desde que haja autorização judicial.
CPI dos Pancadões pode obrigar mais funkeiros e influenciadores
Proposta para investigar possíveis omissões na fiscalização de festas clandestinas, os pancadões, a CPI teria encerramento previsto para 10 de outubro, mas seus trabalhos foram prorrogados até fevereiro de 2026. Influenciadores e funcionários públicos que não atenderam às convocações correm o risco de serem conduzidos coercitivamente.
O MC Ryan foi intimado uma vez, e sua presença está prevista para 9 de outubro. Gato Preto e Bia Miranda receberam uma intimação cada. Caso haja uma nova intimação e não compareçam ou não apresentem justificativa, a condução coercitiva dos dois poderá ser solicitada.
Segundo o vereador Rubinho Nunes (UNIÃO), presidente da CPI, “o não comparecimento é indício de culpabilidade. Quem se recusa a colaborar tem algo a esconder. Quando há desrespeito à convocação, não resta alternativa senão a condução coercitiva, medida prevista em lei e respaldada pelo regimento”.
Para oposição e especialista, CPI é midiática
Para a vereadora Luna Zarattini (PT), a condução coercitiva é “uma forma de intimidação e o foco em depoimentos de influenciadores é a prova de que o objetivo é gerar engajamento e visibilidade, não resolver o problema do som alto”.
“Cria-se um espetáculo midiático para associar o funk ao crime, porque isso gera engajamento fácil: muita gente acredita que o funk é a causa dos problemas sociais. Mas o objetivo nunca é resolver nada”, diz Thiagson de Souza, doutor em funk pela USP, que vai ser ouvido na CPI dia 2 de outubro.
O vereador Rubinho Nunes (UNIÃO), presidente da CPI, voltou a ampliar sua presença nas redes sociais desde a instauração da Comissão. Em agosto, ganhou 51.883 novos seguidores, estabelecendo seu recorde.