Letalidade policial dobra em Salvador; todas as vítimas identificadas são negras

Levantamento do Instituto Fogo Cruzado se refere aos mortos em chacinas decorrentes de ações policiais entre 2024 e 2025

29 out 2025 - 08h20

(atualizado às 08h22)

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Resumo
Segundo o estudo, as chacinas repetem o padrão histórico da violência armada na Bahia e aconteceram em periferias como Fazenda Coutos, Curuzu e Federação, na capital, enquanto Camaçari lidera os números na Região Metropolitana.

Metade das mortes aconteceram em ações da Rondesp, que são as Companhias de Policiamento Tático da Polícia Militar da Bahia.
Foto: Divulgação PMBA

O número de mortos em chacinas decorrentes de ações policiais cresceu 112% em Salvador e Região Metropolitana, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Neste ano, são 85 pessoas assassinadas, contra 40 do ano passado, a maioria em periferias e, entre as vítimas identificadas, todas são pessoas negras, quase todos homens.

A comparação entre janeiro e outubro também aponta o aumento de mortos em chacinas sem envolvimento policial, com 109 vítimas fatais contra 69 no ano passado – 58% a mais. As mortes aconteceram em periferias como Fazenda Coutos, Curuzu e Federação, na capital, enquanto Camaçari lidera os números na Região Metropolitana, com 14 mortos.

Mas o que é uma chacina, segundo o Instituto Fogo Cruzado? As chacinas policiais são aquelas nas quais três ou mais pessoas são mortas por agentes de segurança na mesma operação. Metade das mortes aconteceram em ações da Rondesp, que são as Companhias de Policiamento Tático da Polícia Militar da Bahia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, as mortes violentas diminuíram pelo terceiro ano. Entre janeiro e outubro de 2025, os crimes contra a vida diminuíram 10,2%. Além disso, “reitera o compromisso de investimento na formação e capacitação dos efetivos, com a atuação pautada sempre na legalidade”.

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