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Hytalo Santos transferido: as primeiras horas no maior presídio provisório de SP

Ao chegar ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (CDP), presos passam por período de observação na "inclusão"

20 ago 2025 - 11h26
(atualizado em 20/8/2025 às 10h19)
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Resumo
Quatro conjuntos compõem o CDP de Pinheiros, presídio masculino para quem espera julgamento na capital paulista. A capacidade normal é de 2.452 presos, mas segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), são 3.827. Nos primeiros dias, no entanto, o preso não tem contato com a massa carcerária.
Todo preso que chega ao CDP de Pinheiros passa alguns dias em observação, trancado durante 24 horas, até ir para o “convívio” nos pavilhões.
Todo preso que chega ao CDP de Pinheiros passa alguns dias em observação, trancado durante 24 horas, até ir para o “convívio” nos pavilhões.
Foto: Raul Lucino/Ato Press/Estadão Conteúdo

O influenciador Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (CPD Pinheiros), a maior cadeia paulista para homens que aguardam julgamento. São quatro conjuntos de prédios na zona oeste, com 3.827 detidos, 56% acima da capacidade normal.

O CDP de Pinheiros leva o nome do bairro, embora esteja oficialmente localizado na Vila Leopoldina. A região é bastante conhecida, mesmo por quem não é de São Paulo. O presídio fica de frente para a Marginal Pinheiros; do outro lado está a Universidade de São Paulo (USP). O shopping e o parque Villa-Lobos ficam próximos, do mesmo lado da calçada do presídio, na direção da Marginal Tietê, logo adiante.

Diferente de outros centros de detenção provisória da capital, como Belém, e da Grande São Paulo, como Osasco, os quatro prédios do CDP de Pinheiros têm dois andares. Os conjuntos são numerados. Um ex-detento explica: "O um e o quatro são favoráveis, o dois e o três são desfavoráveis. Quem vai para lá? Pessoas que cometem crimes sexuais, como estupro, ou bate em mulher."

Nos trâmites normais, os recém-chegados ao CDP de Pinheiros, como Hytalo Santos e o marido, ficam na “inclusão”, uma cela pequena e isolada. Só depois de alguns dias o preso vai para o convívio, ou seja, é transferido para algum pavilhão. Segundo o advogado Eduardo Bueno, “ele não pode responder processo ou cumprir pena na inclusão. Ali não tem sol, não tem saída para o pátio, é o dia inteiro na tranca."

CDP de Pinheiros tem quatro conjuntos de prédios. Diante da Marginal Pinheiros, é vizinho à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).
CDP de Pinheiros tem quatro conjuntos de prédios. Diante da Marginal Pinheiros, é vizinho à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP).
Foto: Divulgação

A inclusão é o pior lugar do CDP de Pinheiros

Um ex-detento descreve a “inclusão” do CDP de Pinheiros: “Você fica em observação, na celinha, mau cheiro, principalmente esses CDPs antigos. Paredes cheias de infiltração, é feio, é deprimente a parada. Vi muitos caras que nunca tinham sido presos, queriam morrer na inclusão, choravam. É escuro, sem luz, você fica na escuridão, no breu. É deprimente mesmo.”

Embora as quatro unidades do CDP de Pinheiros sejam de detenção provisória, a unidade IV pode ser considerada mais provisória ainda. Ela funciona como “cadeia de trânsito”. Presos que chegam de outras unidades, como as do interior paulista, para audiências ou transferências, ficam um ou dois dias no CDP IV, apenas até serem encaminhados para o “sistema”, o presídio onde cumprem ou cumprirão pena.

Hytalo Santos e o marido estão no CDP I, projetado para receber 521 detentos, mas que atualmente abriga 889 presos, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). A chegada e a estadia do casal seguirão regras rígidas. Os brincos com os quais Hytalo Santos saiu da prisão em Carapicuíba, na Grande São Paulo, serão retirados, assim como qualquer outro objeto.

Os advogados de Hytalo Santos e do marido não terão vida fácil. A grande quantidade de presos é proporcional ao número de advogados que vão ao CDP de Pinheiros. “É um dos piores para advogado. É lotado, você perde o dia. Eu aprendi a não ir de sapato social. A advogada que vai comigo não usa mais salto. É um chá de cadeira, são horas e horas esperando”, descreve o advogado Everton Brasiliano.

Fonte: Visão do Corre
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