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É hora de derrotar negacionistas, diz Lula na abertura da COP30

Presidente afirmou que é mais barato financiar clima do que guerras

10 nov 2025 - 12h09
(atualizado às 14h09)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira (10) os líderes ausentes na COP30, em Belém, e afirmou que é chegado o momento de impor uma "nova derrota aos negacionistas" do aquecimento global, além de cobrar ações concretas para enfrentar a emergência ambiental, como o fim da dependência em relação aos combustíveis fósseis e a criação de um conselho sobre o clima no âmbito da ONU.

Presidente Lula discursa na COP30, em Belém
Presidente Lula discursa na COP30, em Belém
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em discurso na abertura da primeira cúpula ecológica das Nações Unidas realizada na Floresta Amazônica, o líder brasileiro alertou que a crise no planeta pode empurrar "milhões de pessoas" para a fome e a pobreza e exigiu que os países "cumpram seus compromissos".

"Se os homens que fazem a guerra estivessem aqui nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 bilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram no ano passado", disse Lula no início de seu pronunciamento.

O presidente citou as recentes passagens do furacão Melissa pelo Caribe e de um tornado pelo Paraná, que "deixaram vítimas e um rastro de destruição", e alertou que a mudança do clima "não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente". "O aumento da temperatura global espalha dor e sofrimento, especialmente entre as populações mais vulneráveis", destacou o presidente, que também criticou a "desinformação" promovida por "obscurantistas" que "rejeitam as evidências da ciência e os progressos do multilateralismo".

"Eles controlam algoritmos, semeiam ódio, espalham medo, atacam instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas", acrescentou.

Segundo Lula, o Acordo de Paris de 2015 mostra que o mundo caminha "na direção certa", porém com a "velocidade errada". "No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a 1,5ºC na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr", salientou.

Para evitar esse cenário, o presidente cobrou a implementação de contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) "ambiciosas", o financiamento e a transferência de tecnologia para países em desenvolvimento e uma atenção maior à adaptação climática.

"Conclamo os líderes mundiais a acelerar a ação climática. Precisamos de mapas do caminho para que a humanidade, de forma justa e planejada, supere a dependência dos combustíveis fósseis, pare e reverta o desmatamento e mobilize recursos para esses fins. Avançar requer uma governança global mais robusta, capaz de assegurar que palavras se traduzam em ações", disse Lula, que propõe a criação de um Conselho do Clima, vinculado à Assembleia Geral da ONU, para "dar a esse desafio a estatura política que ele merece".

Além disso, o mandatário afirmou que a emergência climática é uma "crise de desigualdade" que "aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer".

"Uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, forjadas sobre séculos de emissões. Mudar pela escolha nos dá a chance de um futuro que não é ditado pela tragédia. Devemos a nossos filhos e netos a oportunidade de viver em uma Terra onde seja possível sonhar", salientou.

Esvaziada pela ausência dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, não acredita no aquecimento global, a Cúpula de Belém discutirá temas cruciais para o futuro do planeta, como a transição energética, o financiamento climático e a adaptação de nações vulneráveis para uma era de mudanças no clima.

Países em desenvolvimento exigem a mobilização de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano para combater o aquecimento global, embora o compromisso de US$ 100 bilhões anuais fixado em 2009 nunca tenha sido alcançado. Na COP29, em Baku, Azerbaijão, o valor foi aumentado para US$ 300 bilhões, porém ainda não saiu do papel.

O Brasil também espera usar a COP30 para impulsionar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que busca instaurar uma lógica de "ganha-ganha" na ação climática, remunerando tanto os países que mantiverem suas florestas de pé quanto aqueles que investirem no instrumento.

Outro tema quente em pauta será a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global, após a COP29 ter fracassado em estabelecer um cronograma claro devido à resistência de grandes produtores de petróleo, incluindo o próprio Azerbaijão.

Ansa - Brasil
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